LONDRES/WASHINGTON (Reuters) – O Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos e milhares de empresas se empenharam na segunda-feira para investigar e responder a uma ampla campanha de ataques hackers que autoridades suspeitam ter sido comandada pelo governo russo.
E-mails enviados por funcionários do DHS foram monitorados pelos hackers como parte da sofisticada série de ataques, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters.
Os ataques, reportados pela primeira vez pela Reuters no domingo, também atingiram os departamentos do Tesouro e Comércio dos Estados Unidos. Partes do Departamento de Defesa foram violadas, relatou o New York Times na noite de segunda-feira, enquanto o Washington Post relatou que o Departamento de Estado e o National Institutes of Health foram hackeados. Nenhum deles comentou a pedido da Reuters.
Veja também as mais lidas do DT
A empresa de tecnologia SolarWinds, que foi o principal alvo dos hackers, disse que até 18.000 de seus clientes baixaram uma atualização de software comprometida que permitiu que os hackers espionassem empresas e agências despercebidas por quase nove meses.
Os Estados Unidos emitiram um alerta de emergência no domingo, ordenando aos usuários do governo que desconectem o software SolarWinds que, segundo eles, foi comprometido por “agentes mal-intencionados”.
Uma das pessoas familiarizadas com os ataques disse que a rede crítica que a divisão de segurança cibernética do DHS usa para proteger a infraestrutura, incluindo as últimas eleições, não foi violada.
Como os invasores podem usar o software da SolarWinds para entrar em uma rede e criar uma brecha de segurança, simplesmente remover o programa da rede não é suficiente para impedir o acesso dos hackers, afirmaram especialistas.
Por esse motivo, milhares de clientes estão procurando sinais da presença de hackers e tentando caçar e desativar essas falhas de segurança.
Três pessoas familiarizadas com a investigação disseram à Reuters que qualquer organização executando uma versão comprometida do software da SolarWinds teria um “backdoor”, ou uma brecha de segurança, instalado em seus sistemas pelos invasores.
“Depois disso, é só uma questão de saber se os invasores decidem explorar ainda mais essa falha”, disse uma das fontes.