O ministro do Turismo Marcelo Alvaro Antonio foi o entrevistado na Festuris Live #4 promovida nesta terça-feira (19) pelos organizadores do Festival de Turismo em Gramado (RS), Marta Rossi e Eduardo Zorzanello.
REDAÇÃO DO DIÁRIO (Paulo Atzingen)
Dentre as questões pré-agendadas que seriam perguntadas ao titular da pasta – e que serviu como mote para a boa audiência da live (cerca de 500 pessoas de todo o Brasil) – a que se destacava era: “quais as medidas executadas pelo governo federal para salvar as empresas e manter os empregos do setor?”
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Antes do ministro chegar a live estava aberta para apresentações e também para perguntas dos participantes. Ficou evidente que a grande questão era sobre o socorro às empresas do trade, já que medidas anunciadas pelo governo para mitigar os impactos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus ainda são insuficientes e não estão chegando às micro, pequenas e médias empresas do turismo.
Marcelo adiantou-se aos próprios entrevistadores e lembrou que desde fevereiro já se reunia com a CNC – Confederação Nacional do Comércio prevendo os impactos e meios para contorná-lo. “A nossa meta e objetivo é sairmos (se referia aos setores) dessa crise o mais inteiro possível”. Marcelo lembrou que não mediu esforços junto ao ministério da Economia para setorizar o financiamento. “A MP 936 era genérica já que instituía o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Com a MP 963, direcionamos e ampliamos os recursos para o nosso setor”, disse.
Modelagem
A Medida Provisória 963 abre crédito extraordinário de R$ 5 bilhões extraordinário para empresas de turismo.
“Conseguimos esse crédito extraordinário via Fundetur – R$ 5 bilhões para atender o setor, no entanto sabemos que esse crédito socorro ainda não chegou. Mas estamos prestes a conseguir a partir de uma modelagem de crédito”, disse.
Segundo Alvaro Antonio, num prazo máximo de uma semana, – estourando os 10 dias, de acordo com o ministro, esse crédito já vai estar nas agências credenciadas.
O ministro explicou que o governo busca uma nova modelagem com o BNDES para flexibilizar e facilitar o acesso ao crédito. “Criamos uma portaria para abrir o credenciamento dos bancos privados. O objetivo é justamente aumentar a capilaridade para que assim nós tenhamos o escoamento desse recursos convenientemente”, afirmou.
Lock down e crédito
Entre a primeira resposta e a segunda pergunta Eduardo Zorzanello fez um contraponto lembrando da retomada do estado do Rio Grande do Sul obedecendo um protocolo de segurança estabelecido pelo governo.
Nesse momento, o ministro politizou o assunto, lembrando que há estados e cidades onde a flexibilidade é maior, mas em outros ocorre o contrário. “Parabenizo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Gomes, por esta flexibilização permitindo o retorno – embora coordenado e aos poucos – às atividades econômicas”, disse.
“Embora haja flexibilidade maior em uns, em outros (Estados), se o sistema produtivo estiver travado é possível que as próprias linhas de financiamento não saiam”, criticou, cravando sua defesa à linha de pensamento do presidente Jair Bolsonaro.
Retomada
Na relação de medidas para a retomada, Marcelo destacou que será imprescindível o fortalecimento do turismo interno. “O turismo rodoviário deverá ter uma atenção muito especial este ano. Em parceria com a iniciativa privada proporemos os modais de transportes (turismo regional e doméstico) e uma grande campanha publicitária nacional despertando essa consciência de que somos o primeiro no mundo em recursos naturais.