Ministro do Turismo Vinícius Lummertz: “Somos resultado de um sonho”

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RETRÔ 2018 – publicado dia 22 de junho

A capacidade retórica de Lummertz é polida com conhecimentos de história e uma destreza em trazer fatos recentes da economia

Por Paulo Atzingen*

Mais uma vez o ministro do Turismo Vinícius Lummertz deixou seus ouvintes estupefatos. Inteligente, rápido, insinuante no trato com as palavras. Desta vez foi durante a solenidade de abertura do 13º Festival das Cataratas em Foz do Iguaçu, nesta quarta-feira (20). Vinícius tem 57 anos e é formado em Ciências Políticas pela Universidade Americana de Paris, com cursos de gestão na Kennedy School, da Harvard University, dentre outros títulos.

A capacidade retórica de Lummertz é polida com conhecimentos de história e uma destreza em trazer fatos recentes da economia misturados à incapacidade que o Brasil tem hoje em empreender, pensar e asfaltar o futuro: “Temos um potencial imenso no turismo, algo em torno dos R$ 530 bilhões do PIB, mas somos pobres para empreender. Ao invés de avançarmos na competitividade, optamos por um caminho que cerceou a liberdade para trabalhar”, afirmou.

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Vinícius esteve à frente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), de junho de 2015 até abril deste ano, quando substituiu Marx Beltrão. Ele já atuou como secretário Nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, de setembro de 2012 a maio de 2015. Ou seja, além de excelente formação acadêmica, tem um excepcional preparo e entendimento de como funciona a máquina pública.

Caminho inverso

E quando Lummertz afirma que “Fizemos o caminho inverso para o desenvolvimento. Abrimos nossa internacionalização do automóvel, mas nossa estrada para o primeiro mundo está truncada. Queremos ser do primeiro mundo, mas não conseguimos, sonhamos, mas não realizamos”, subentende-se que ele está integrado a essa engrenagem onde não basta querer e ter boas ideias como ele tem. Ele critica o perfil inepto do brasileiro com muita razão, mas, a meu ver, é refém de sua própria retórica.

Em outro trecho de seu discurso Lummertz diz  “O país sabe o que não quer, mas não sabe o que quer”, afirma se referindo à leva de pessoas que mais se lamentam do que participam, mais criticam do que fazem”, reportando-se evidentemente não apenas a questões ideológicas rasas, mas a uma cultura derrotista e conformada do brasileiro, o que ele tem razão.

Produtividade

Lummertz quando fala em produtividade lembra que no primeiro mundo ela acontece com investimento, planejamento e força de vontade inerente a povos e governos que possuem isso em sua própria essência. “Temos que ter a produtividade do primeiro mundo e não apenas a vontade”. Não se sabe aqui, exatamente, a quem ou a que governo Lummertz se refere, considerando que ele é o chefe de um ministério. Exímio no jogo de palavras e no trabalho com dados, Vinícius recorreu a linhas de financiamento de crédito que outrora criou expectativas, projetos e sonhos. “Somos frutos de um sonho, o sonho brasileiro, o brazilian dream”, poetizou.

Ao contemporizar sua análise, o ministro chamou ao palco um empreendedor, que a partir de uma lojinha em Santo André, transformou sua empresa na maior operadora do país, a CVC. “Guilherme Paulus, por favor, queira sentar em meu lugar”, convidou o fundador da operadora a subir ao palco, criando uma espécie de mise en scène., do tipo, “há exceções”.  Elogiou também executivos que estão à frente da linha de montagem, como Gilmar Piolla, ex-diretor de comunicação da Itaipu Binacional e atual secretário de turismo de Foz do Iguaçu.

O ministro lembrou que o Turismo já representa 10,2% do PIB Mundial e mais de 10% dos empregos. “A ideia de Turismo é tão grande, que poderíamos até trocar o nome. O Turismo envolve uma gama de atividades desde logística, a serviço, de arte a tecnologia, tem transporte, tem avião, tem serviços…” enumerou.

Concessões

Recorrendo a inúmeros pensadores, filósofos, políticos e físicos, Lummertz terminou dando um check-mate no negativismo e na falta de imaginação: “por que contentarmos com a mediocridade quando a excelência está à nossa frente?”, citando provavelmente Winston Churchill.

Por ser um técnico do governo e ocupar cargos de relevância, esse catarinense que estudou em Harvard University com toda certeza teve que fazer concessões para manter-se e ocupar esses cargos. E sua retórica, que para alguns pode parecer estratagema político, nada mais é que o exercício supremo de seu talento.

*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO

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