“Como é que vamos vender o nosso destino sem conhecer? Hoje temos um litoral sul bastante conhecido, mas também temos muitos destinos a serem descobertos”, destaca o secretário
POR ZAQUEU RODRIGUES
O turismo doméstico conquistou cada vez mais espaço durante a pandemia de Covid-19 e é a principal esperança para a retomada do segmento. Os caminhos para promover essas descobertas regionais estão movimentando o 2º Fórum da Anseditur (Associação Nacional de Secretários e Dirigentes de turismo), que acontece no Teatro do Parque, em Recife (PE), até esta quarta-feira (22).
O secretário de Turismo de Pernambuco, Rodrigo Novaes, afirma que desenvolver o turismo doméstico é um investimento, pois gera renda, capacitação, emprego e ajuda a reduzir a desigualdade social. Ele cita como exemplo a ação Bora Pernambucar, que revela as riquezas locais e incentiva o turismo de curta distância. “Pernambuco tem uma cultura riquíssima e muitos recifenses não conhecem; o estado é grande, maior que muitos países”.
O secretário afirma que o desenvolvimento do turismo local ajuda a romper o estigma da pobreza que a imprensa costuma colocar sobre o Nordeste. E destaca: “o turismo tem a capacidade de gerar oportunidades, promover mágica. Quando eu passo por um rio, por exemplo, eu já vejo turistas passeando de canoa…”, diz ele, lembrando que todas as características que formam um destino devem ser valorizadas pelo turismo.
Novaes pontua que tudo pode ser desenvolvido pela perspectiva do turismo. Se há um lugar, por exemplo, que tem a cerveja mais gelada, isso pode ser desenvolvimento para fomentar o turismo no destino. “Cada destino é repleto de tradições e culturas”, reforça.
“Como é que vamos vender o nosso destino sem conhecer? Hoje temos um litoral sul bastante conhecido, mas também temos muitos destinos a serem descobertos. Pernambuco tem uma diversidade de roteiros de ecoturismo, religiosidade, tradições, patrimônios arquitetônicos… Temos que conhecer todas essas nossas riquezas”.
Além do litoral sul, Novaes também quer revelar aos turistas o litoral norte pernambucano, destino que combina patrimônios arquitetônicos, tradições religiosas e praias de encher os olhos. O DIÁRIO DO TURISMO esteve em Igarassu, a 30km do Recife, e Goiana, a 62km do Recife. Ambas conservam patrimônios arquitetônicos que contam a formação do país e praias que combinam calmaria e narrativas populares.
Novaes sublinha que as viagens locais também ajudarão a promover o destino internacionalmente, um dos principais desafios do turismo brasileiro. “Há muitos anos que não saímos dos 6 milhões de turistas estrangeiros no Brasil, em sua maioria vindos da Argentina. Isso é um fiasco. Precisamos ampliar”, aponta o secretário.
O secretário Eduardo Novaes fez uma excelente e pertinente análise do turismo, devendo inclusive impactar outras unidades federativas com seu raciocínio econômico e social. O estado está muito bem representado e fazendo um grande time com a secretária de Recife, Cacau de Paula, que com a diversificação dos roteiros na capital representa um microcosmo do que devemos fazer nos estados com a regionalização, inserindo os cidadãos, distribuindo renda e aumentando a autoestima, motor para um produto de qualidade.