O Enólogo Existe, ele é real e não é Baco, nem Dionísio

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por Werner Schumacher*

Na maioria dos países produtores de vinho, o termo FINO passou a ser uma nomenclatura legal, mas por trás do termo VINHO FINO há uma série de fatores que determinam que o mesmo seja assim considerado e, é claro, completamente diferente daquele que segue apenas o preceito legal, um produto regular.

Uma bela definição de VINHO FINO é esta:

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UM VINHO FINO É FEITO POR UMA PESSOA REAL QUE SE IMPORTA COM O QUE ENTRA NA GARRAFA E QUER REFLETIR UMA VERDADE SOBRE COMO ELE É FEITO E DE ONDE ELE VEM“. (jornalista Jane Anson, da revista Decanter)

Portanto, para um vinho ser considerado FINO, por trás dele há uma pessoa REAL. Esta nada mais é do que o ENÓLOGO.

Ao longo dos 40 anos que vivo na Serra, sempre fui favorável a uma maior valorização deste profissional. Junto com o meu amigo João Garcez, criamos o ERNÓLOGO DO ANO, na gestão do amigo Antônio Czarnobay, mas ao longo deste percurso muito pouco vi avançar nesta reivindicação, segue mais ou menos igual.

Não sendo enólogo, sou economista de formação e fui um heróico dono de firma, hoje o tal do empresário e não fiz isto por interesse próprio.

Dito isto, vamos ver algumas opiniões que realmente valorizam o Enólogo, que muito bem nos dão a noção da sua real importância.

“Se Vinho Fino é uma arte, então o que dizer da importância da intenção do artista? O artista aqui só pode ser o enólogo.

“O vinho é uma expressão da verdade: A importância da intenção do artista = enólogo.

“Picasso expressava a sua verdade através da pintura, o Enólogo a expressa através do vinho.

Embora qualidade intrínseca e compromisso emocional sejam necessários para que um vinho seja qualificado como fino, este também se distingue do “vinho” pela intenção do enólogo, um elemento central dentro desta definição.

Considerações estéticas e uma busca para expressar verdades humanas profundas são o que guiam os artistas; os enólogos do vinho fino também são guiados por uma busca incessante pela verdade, normalmente referida como “uma expressão de terroir”.

Esta busca é expressa através das diferentes escolhas viticolas e vinícolas, feitas durante todo o processo de produção. Os produtores de vinho fino investem seu tempo e energia para produzir o melhor que um determinado terroir pode produzir, um processo que também pode ser uma expressão do enólogo. A busca por esta verdade, e uma clareza sobre as escolhas enológicas mais uma reverência ao ecossistema, é o que permite que seus vinhos atinjam o nível do Vinho Fino.

Vinho e arte

UM PERFIL DO ENÓLOGO QUE ELABORA UM VINHO FINO

– São indivíduos apaixonados e inteligentes;

– Valorizam suas vinhas e seus vinhos;

– Têm grande respeito pela natureza e proteção ao meio ambiente;

– Estão dispostos a transferir sua abordagem pessoal à viticultura e à vinicultura;

– Podem ser reconhecidos pela tradição familiar ou pela história de seu domínio ou oferecer uma interpretação ou vinificação moderna;

Para o enólogo, não há falhas na produção de vinho fino. Não há uma forma perfeita de se fazer Vinho Fino: Tenta alcançar o vinho perfeito, desafiando os limites.

Um Vinho Fino é um vinho feito por pessoas que se importam, para pessoas que se importam” – (Justin Howard-Sneyd MW, Proprietário, Domaine of the Bee)

Como uma obra de arte, o vinho fino é também um objeto cultural, que liga pessoas e lugares, passado e futuro.

Um vinho que provoca emoções e maravilhas a quem o bebe, que é produzido de forma sustentável, enquanto reflete a expressão da verdade pretendida por seu elaborador, O ARTISTA, O enólogo.


*Werner Schumacher estudou Economia na PUC/RS e é um dos responsáveis pela profissionalização da vitivinicultura no Brasil.


 

 

 

 

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