É claro que os recentes episódios de insegurança ocorridos no Rio levaram a uma imagem ruim e de total falta de tranquilidade 30 dias antes do evento.
É claro que os recentes episódios de insegurança ocorridos no Rio levaram a uma imagem ruim e de total falta de tranquilidade 30 dias antes do evento. Fora as declarações do prefeito do Rio sobre a má gestão administrativa do Estado do Rio de Janeiro, sinceramente essas declarações não ajudam em nada num momento de tanta dificuldade. Tenho certeza, no entanto, que durante a realização do evento, teremos policiamento ostensivo, inclusive com as forças de segurança nacional, patrulhando os locais de competição e fluxos de turistas. O grande desafio é como ficaremos na conclusão das Olimpíadas: os carros terão combustível, os salários serão pagos, as upas mantidas e como serão motivados os bravos integrantes das forças de segurança? A imagem arranhada do Rio não poderá ser descuidada nenhum momento e talvez seja a hora da Prefeitura apresentar um plano de marketing com ações pontuais e metas para começarmos a trabalhar.
A grande parte dos meios de hospedagem construídos e que se apresentam pela qualidade na prestação de serviço, hoje uma marca do Rio, passaram por uma crise nunca vista e vão gerar desemprego. A ocupação pós-Olimpíada não deve superar os 40%, excetuando em estabelecimentos com gestão profissional na comercialização, o que não é uma constante na gestão fluminense. Os operadores do Receptivo se viram alijados do processo como tem ocorrido nos grandes eventos esportivos.
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O legado do transporte é real. O BRT tem sido, apesar de insuficiente em alguns horários, um meio de locomoção rápido e que reduziu as distâncias na cidade. No entanto, falta segurança em algumas estações e horários. Fora os vândalos que destroem os ônibus, as estações e se comportam inadequadamente dentro do transporte.Vamos reforçar as campanhas educacionais e a supervisão das estações, hoje nula, com apenas controle das roletas.
Deixo de pedir tanto e me concentrar na sobrevivência pós-evento de nosso maior produto turístico, o Rio de Janeiro
Vejo também com alegria o metrô chegando no Jardim Oceânico na Barra.os novos viadutos na saída e entrada da Barra e o BRT transoeste até Deodoro. A integração dos meios de transporte ainda é precária. Imaginem o 613 que faz a ligação Del Castilho-Cidade Olímpica não tem integração com o metrô, cobrando duas tarifas. A melhoria da mobilidade urbana passa por uma verdadeira integração: outro exemplo, não existe integração metro-trem.
Sou um apaixonado pelo Rio, um estudioso mas consciente de minhas atribuições como cidadão. Vou torcer para as Olimpíadas, para que os ruídos entre as administrações municipal-estadual e federal diminuam. Queria muito ver um país com menos delações de poderosos para que escapem de penas maiores mas com preocupação com nossa sobrevivência e legado após um dos maiores eventos esportivos do mundo. Queria muito que tivéssemos um Ministro de Turismo e uma Embratur atuante. Enfim, deixo de pedir tanto e me concentrar na sobrevivência pós-evento de nosso maior produto turístico, o Rio de Janeiro.
*Bayard Do Coutto Boiteux é vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ,coordenador do curso de Turismo da UNISUAM ,gerente de turismo do Preservale e presidente do Site Consultoria em Turismo.(www.bayard boiteux.