terça-feira, fevereiro 4, 2025
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O tempo não dá marcha ré – Luiz Thadeu Nunes e Silva*

A vida vai sempre exigir de nós muitas mudanças, e algumas despedidas.

A Vida é movimento e mudança: tudo muda, assim como nós; estamos em constante mudança. A chegada do novo, vai precisar de espaço, e, assim, pouco a pouco, vamos mudando, para que caibamos dentro de novos conceitos.

Nos despedimos de pessoas, de histórias, seguindo em frente em novas versões, deixando para trás algumas bagagens. E tudo se transforma em memórias, e essas memórias nos fazem voltar no tempo. Cabe a nós selecionar o que ficou e o que passou. Tenho o privilégio de ter memória seletiva. Deleto com facilidade o que não me constrói.

Não há como avançar sem deixar algumas coisas para trás. Novos capítulos só são escritos quando finalizamos os antigos.

O novo exige mudança, assim como exige desapego. Desapegar não é sobre esquecer. Desapegar é saber conviver com o já foi vivido, e mudar o olhar. Olhar em outra direção.

É sobre não permanecer onde já não cabemos mais. É sobre ser grato ao que vivemos e receptivos ao que virá.

É saber entender que a vida não acaba quando fechamos ciclos. Ela recomeça!

A vida é feita de escolhas e consequências. Desde o acordar, posso escolher ficar deitado ou levantar para encarar os desafios do dia.

Como realista diante das adversidades, sigo em frente a olhar o lado bom das coisas.

O realista é um paradoxo em movimento: caminha com os pés ancorados na terra, mas carrega dentro de si o desejo, muitas vezes inconsciente, de tocar, mudar o seu entorno. Contudo, sua relação com o mundo é profundamente conflituosa, pois sua essência não lhe permite aceitar aquilo que parece violar a ordem do mundo que ele tão arduamente observa, analisa e compreende. A vida, para mim, não é apenas uma questão de fé, mas um confronto direto com os limites do possível. Sendo realista, em sua fidelidade à racionalidade, prefiro duvidar de meus próprios olhos antes de dobrar-me àquilo que transcende a lógica.

Nós humanos temos a tendência de adiar responsabilidades e compromissos para o futuro, confiando na ideia de que sempre haverá um amanhã para resolver as questões pendentes. Falo por mim, que vivo procrastinando, adiando tomadas de decisões. No entanto, essa visão irresponsável do amanhã nos impede de apreciar plenamente o valor do presente e de agir de maneira adequada no momento certo.

A verdadeira essência do amanhã é revelada quando percebemos que o tempo é um recurso limitado e precioso. Cada instante que passa é irreversível e não pode ser recuperado. Quando negligenciamos nossas obrigações e adiamos nossas ações, corremos o risco de perder oportunidades e de nos arrependermos no futuro.

Viver de forma consciente no presente implica em reconhecer a importância de cada momento e agir de acordo com essa consciência. Significa assumir a responsabilidade pelas nossas escolhas e ações, sem deixar para depois o que pode ser feito agora. É premente compreender que o amanhã não é uma garantia e, que devemos aproveitar ao máximo cada dia que nos é dado.

Portanto, bom mesmo é equilibrar o aqui e agora, viver plenamente e não procrastinar pendências futuras que necessitam ser resolvidas sem permanecermos nesse futuro. Equilíbrio e sabedoria, como tudo na vida.

“O tempo passa? Não passa no abismo do coração. Lá dentro, perdura a graça do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima cada vez mais, nos reduz a um só verso é uma rima de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido nem tempo a economizar. O tempo é todo vestido de amor e tempo de amar….”, Carlos Drumond de Andrade.


Luiz Thadeu Nunes e Silva 

Escritor e globetrotter, autor do livro “Das muletas fiz asas”.

Instagram @Luiz.Thadeu

 

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