O turismo, o coronavirus e a humanidade – artigo de Bayard Boiteux*

Continua depois da publicidade

Uma das mais importantes características do turismo é o convívio entre pessoas, que embora muito diferentes buscam conhecer novas culturas e de alguma forma se apropriar das mesmas com vivências, fotos, lembranças e novos amigos.

‐——————————

O turismo é um símbolo da democracia, da diversidade e me encanta como forma de mudar as percepções de muitos daqueles que viajam. É uma atividade de uma riqueza  nunca vista e que ajuda de pequenos produtores a grandes conglomerados financeiros. No entanto, o advento do coronavirus está mudando de forma decisiva os deslocamentos e sobretudo o encantamento que o desconhecido sempre proporciona.

Veja também as mais lidas do DT

Hoje, o epicentro da pandemia é a Europa, onde estão concentrados os maiores países receptores de turistas do mundo e que tem na indústria turística sua forma de sobrevivência. O vírus, que nasceu na China, hoje atinge quase a totalidade dos países, mas os cientistas continuam buscando soluções mais rápidas, o que talvez ainda demore uns três meses.

A cadeia produtiva do turismo está parada, com cancelamentos de quase 70% de todas as viagens de lazer. Ela deverá sobreviver como sempre aconteceu com outras crises  mas vai precisar de incentivos e buscar novas formas de comercialização, já que uma de suas características é a falta de criatividade e de oferta de produtos, com raras exceções.

O mundo está vivendo um período de afastamento social, de pessoas fechadas em suas casas e muita falta de solidariedade em alguns casos. O governo brasileiro e do Rio estão tomando medidas acertadas de suspensão das aulas em todos os níveis, fechamento de teatros e estádios de futebol e orientações comportamentais. É  um período difícil mas necessário. Várias empresas estão incentivando o home-office e autorizando que funcionários dos grupos mais vulneráveis se abstenham de trabalhar. Outras estão criando programas de férias coletivas mas algumas, infelizmente começam a demitir funcionários em período de tantas incertezas.

O mundo está vivendo um período de afastamento social, de pessoas fechadas em suas casas e muita falta de solidariedade em alguns casos

Com a criatividade que nos é peculiar vamos encontrar novas formas de viabilizar nossas vidas, sabendo que tudo é passageiro mas que desta vez teremos mais trabalho, no sentido de encontrar motivos ainda maiores para entender o mundo, nossa fragilizade, a necessidade do respeito mútuo, da verdade das informações e da história.

Para a maior parte de nós, tudo é muito novo mas temos fé de que a junção de esforços, a certeza de que o mundo tem solução com espaços democráticos, a liberação de verbas para compras emergenciais, o preparo da rede de saúde aos poucos  mostrará que a VIDA é um valor tão importante que merece respeito e sobretudo, entendimento.

É o momento de nos preocuparmos ainda mais com nossos cidadãos da melhor Idade e dos segmentos mais desfavorecidos, que já convivem com falta de infraestrutura e informação.

Juntos, venceremos com muita solidariedade e sem pânico.Que as pessoas tomem cuidado com o  que divulguem, já que fakenews trazem alarmes que agravam ainda mais nosso estado de pandemia e criam percepções diferentes da realidade.

Eu vou fazer a minha parte, esclarecedo, divulgando, escrevendo e mostrando a realidade. A humanidade caminha para a compaixão.Viva a solidariedade humana e a capacidade de lutar…


Bayard Do Coutto Boiteux é professor, escritor, pesquisador. Atualmente vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ e superidente executivo do Preservale .(www.bayardboiteux.com.br)

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade