O Verde e o Azul que me dão vida e esperança

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Bayard Do Coutto Boiteux*


Moro com muito orgulho na cidade que tem a maior floresta urbana do mundo. Passear na floresta da Tijuca, de carro, subindo por São Conrado traz para minhas narinas protegidas pela máscara da humanidade uma sensação tão agradável, que fecho os olhos. Abro as janelas e sinto que sou invadido por uma imensidão verde e de um ar tão puro, que parece fazer cócegas na minha alma. Como é um dia de semana, bem cedo, o movimento é pequeno e quase não encontro ninguém no caminho. Uma seleção de músicas me faz sonhar ainda mais com  tanta beleza natural. Avisto, no caminho, um lugar que não conheço: mirante das canoas. Aqui começa uma sensação de bem estar. Não há ninguém no local e tiro por alguns minutos minha máscara enquanto subo as escadas que me levam ao mirante.

Ele está um pouco descuidado, embora limpo. As grades estão quebradas e fico preocupado mas consigo ver a bonita praia de São Conrado e seus prédios altos, brancos, que de certa forma enfeiam a paisagem e a complementam. Meu companheiro de saídas para fotografar me propõe uma nova parada: a  rampa da Pedra Bonita, de onde é possível fazer uma experiência única de voo em asa delta ou parapente. Conseguimos estacionar por vinte reais e prosseguimos, com esforço, pois a subida é íngreme  até o ponto de saltos.

Os instrutores fazem uma fila com seus clientes. Aos poucos, os saltos vão acontecendo e proporcionam belas fotos. Eu já saltei uma vez há 15 anos e hoje não teria coragem. Há 2 pistas e na debaixo, uma pequena arquibancada permite assistir os vôos coloridos e extasiantes.

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Seguimos para a Cascatinha Taunay. Deixamos o carro na praça do Alto da Boa Vista, a Afonso Viseu e caminhamos até a Cascatinha. Dia lindo, vemos alguns animais correndo e o ar nos enlouquece de tanta liberdade para respirar e viver. Não encontramos nenhum guarda municipal mas os banheiros estão limpos. Lembro dos passeios com meu pai e com a tia Solange, na sua Kombi.

Estamos com fome e o restaurante mais próximo, o bar da Pracinha, com mesas ao ar livre nos convida. Opto por um vinho branco nacional Miolo, enquanto espero o almoço. Rapidamente, nosso file à Osvaldo  Aranha  chega e nos deliciamos, sabendo que atrás de toda esta tranquilidade, há uma pandemia que nos assola e que pôde ser esquecida durante algumas horas.


*Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, pesquisador, guia de turismo, escritor, além de funcionário público. Responde atualmente pela gerência de educação do Instituto Preservale e a vice presidência executiva da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ.

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