Andrea Nakane*
A maior festa popular do Brasil, o Carnaval, em 2015 sem dúvida alguma será marcado pelo resgate das antigas tradições dos blocos que estão e vão tomar conta dos principais corredores das grandes cidades.
No nordeste isso não é nenhuma novidade, mas ao analisar o que está ocorrendo na região sudeste, principalmente no eixo RIO-SP, é um fenômeno que está atraindo multidões, com verdadeiro espírito do folião, repleto de alegria, informalidade e em tempos de vacas magras, bastante econômico.
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Diferentemente da programação oficial dos desfiles espetaculares das escolas de samba, já consagrada e com público cativo, o Carnaval de rua foi retomado aos poucos e já na década atual tornou-se mais uma opção para àqueles que buscam descontração, leveza e sobretudo o espírito do brincar autêntico em terras não nordestinas e sem o ímpeto de sua comercialização.
As fantasias passam longe do luxo e requinte e apelam muito mais para a criatividade e oportunismo do momento. Mas como tem vertentes realmente democráticas, quem não tem fantasia, não precisa se sentir constrangido, pois o que é medido com os blocos carnavalescos é a disposição para pular, sambar, cantar, sorrir, paquerar, extravasar e vibrar ao som das antigas e novas marchinhas que dão ritmo ao espetáculo.
O Carnaval de rua tornou-se mais uma opção para àqueles que buscam descontração, leveza e sobretudo o espírito do brincar autêntico”
É claro que a gestão pública e a iniciativa privada estão de olho e são parceiras importantes para o sucesso desse velho-novo modelo de carnaval, pois a infra-estrutura e logística para a passagem dos blocos devem ser planejadas para que não haja choro e nem tristeza para os foliões e não foliões. Como arrasta multidões, as empresas começam a destinar verbas expressivas para marcar presença nos principais blocos que detém esse poder, contribuindo para custear instrumentos, transportes, camisetas e outros itens que compõem a folia.
A torcida é que haja um acompanhamento pleno e muito profissional de todo esse processo, que representa um estilo de vida e que vem ganhando adeptos que outrora vivenciaram esse comportamento e de tantos outros que encantados com essa nova possibilidade de lazer e entretenimento estão introduzindo esse moda retrógrada com muito contemporaneidade ao seus hábitos de Momo.
É preciso consolidar o carnaval de rua em bases fortes tendo como seu principal estandarte a segurança e boa convivência, na cordialidade e respeito pelo espaço alheio. Isso sim merece nota Dez!
E para quem teimar em atravessar o enredo é preciso ter penalidades como a multa do xixi e até mesmo ser excluído da festa, com direito ao xilindró, caso teime em desafinar a ordem e diversão pública. Esses exemplos geram reflexos e cidadania e só não vai atrás quem é doente do pé ou bom sujeito não é!
Por isso rasguem a fantasia com moderação e recebam de braços abertos Momo e sua corte para um Carnaval maravilhoso, Vintage sim, por que não?