Quatro Operadores da Costa do Marfim se reuniram na manhã do último dia do famtur com operadores brasileiros para estabelecer negócios futuros e trazer mais turistas nacionais ao país e vice-versa. O encontro ocorreu na sede da Cote D’Ivoire Tourisme, em Abidjan.
por Paulo Atzingen (De Abidjan) *
As operadores participantes eram, a DIM Voyages, Luxe Voyages, It Voyages e Ivoire Voyages Tourisme.
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Um pouco antes, o diretor geral de turismo Jean Marie Somet ouviu os profissionais sobre a impressão que tiveram nos sete dias de imersão no país africano. Roberto Nedelciu, operador e presidente da Braztoa (Associação Brasileira dos Operadores de Turismo) afirmou que o grande gargalo atualmente é a ausência de voos diretos.
“Podemos trabalhar no Brasil a produção de roteiros e pacotes, no entanto os voos com conexão são um problema”, disse. Atualmente, voos via Lisboa (Portugal), Casablanca (Marrocos), e Joanesburgo (África do Sul), duram no mínimo 24 horas. “Para se fazer um voo de 24 horas o ideal é ficar mais de cinco dias no destino”, afirmou Nedelciu, sugerindo ao governo marfinense a criação de roteiros integrados com países vizinhos e também a articulação com outras companhias aéreas (como a Air Europa), que faz voos para a Europa tendo Salvador como hub. “O voo Salvador-Abidjan-Barcelona é uma ideia”, arriscou Nedelcio e disse que sua associação tem grande interesse em fomentar o destino.
O diretor Jean Marie Somet destacou alguns nichos que podem ser explorados pelos operadores de turismo e agências de viagens, como o turismo religioso, as rotas de cacau e o turismo esportivo. “Cada uma das operadoras e dos operadores podem tirar algo dos nichos que temos para fazer negócios, e o mais importante, divulgar a alma do nosso país”, enumerou.
Pontos a destacar
Jean Marie Somet abriu um espaço para os brasileiros (tanto jornalistas quanto operadores) apresentarem suas impressões dos sete dias no país africano. A viagem de 19 a 27 de outubro percorreu de sul a norte o país, saindo de Abidjan, a capital, indo até Korhogo (564 km).
Inúmeros aspectos positivos foram apresentados, como a hospitalidade do povo, o potencial cultural (presença de aldeias com tradições milenares), sócio-ambiental (Parques Nacionais e a produção do Cacau) e a vontade em acertar. Entre os aspectos negativos destacaram-se a infraestrutura de alguns pontos nas rodovias, a acessibilidade ao país (ausência de voos diretos) e a necessidade de visto, entre outros pontos mais específicos.
Somet mostrou-se receptivo ao ouvir as colocações dos visitantes e acredita que esta primeira imersão é o primeiro passo para o início de um processo que levará à maturação do turismo da Costa do Marfim.
Roberto Nedelciu revelou em primeira mão que pretende criar um pacote com as operadoras participantes deste famtur: a Cativa (Porto Alegre), a Raidho (São Paulo) na qual é diretor, e a Go Diáspora (Salvador-SP) e vendê-lo via agente de viagem a partir do ano que vem.
“Precisamos começar do começo. E um deles é capacitar os agentes de viagens e os operadores a encantar os brasileiros para virem para cá. Contem conosco”, prometeu.
*o jornalista Paulo Atzingen viajou South African Airways a convite do Cote D’ivoire Tourisme e com seguro GTA