Orlando Giglio, do Iberostar no Brasil, sobre o primeiro semestre: “o online se destacou e os operadores turísticos continuam nossos fortes distribuidores”

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RETRÔ 2018 – Publicado dia 8 de julho

A entrevista foi concedida na nova sede do Iberostar, na avenida Atlântica, em Copacabana

por Paulo Atzingen (Do Rio de Janeiro)*

A entrevista na sala do diretor comercial e de marketing do Iberostar no Brasil, Orlando Giglio, foi intercalada por breves análises da conjuntura econômica e política do país, que impactaram indiscutivelmente no desempenho das vendas nos seis primeiros meses deste ano nos três empreendimentos que o grupo espanhol tem no Brasil: o Iberostar Bahia e o Iberostar Praia do Forte na Bahia e o navio Grand Amazon, que fica ancorado em Manaus (AM) e navega pelos rios da Amazônia. “Poderíamos ter vendido mais – principalmente na realização de eventos corporativos  – nos seis meses do ano se a política não estivesse tão indefinida e a economia tão estanque”, disse Orlando ao DIÁRIO. “Não foi ruim, mas não foi o que a gente esperava”, completou o executivo.

Esta entrevista, concedida na nova sede da empresa na avenida Atlântica, em Copacabana, teve também outros assuntos que indiretamente estavam ligados ao negócio da hotelaria. Entre uma resposta e outra, Orlando interrompia sua fala e comentava: “As ondas hoje estão fortes na praia. Como estamos no inverno a temperatura da água deve estar ideal, por volta dos 22 graus…” Nesse clima de descontração e com astral renovado na casa nova, Orlando concedeu esta entrevista, que apresentamos abaixo, dividida em tópicos:

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Primeiro Semestre

Terminamos o primeiro semestre com um balanço preliminar positivo, com um crescimento geral em vendas de 6%. Comparado ao mesmo período do ano passado, no entanto, ao esmiuçarmos os segmentos, percebemos uma queda junto aos operadores turísticos, quando digo isso são as grandes empresas operadoras, talvez por motivos de adequação (compra e venda para um novo grupo, a pressão feita pelas plataformas online, entre outros fatores). Na verdade, as plataformas online se destacaram dentre todos os segmentos de distribuição e venda e posso dizer que os operadores turísticos continuam sendo de suma importância e nossos grandes parceiros distribuidores.

O turista classe média alta prefere o Iberostar Praia do Forte (Crédito: arquivo DT)

Eventos diminuíram

Outra coisa que foi notada é que no segmento corporativo os eventos tiveram uma ligeira queda. Poderíamos ter crescido mais nos seis meses do ano – principalmente na realização de eventos – se a política não estivesse tão indefinida e a economia não estivesse tão estanque, nosso volume seria maior.

Não está definido o que acontecerá na política, não está definido os caminhos da nossa  economia e o que pode acontecer ao nosso país. Não temos definição. Na média desse ano, em dólar, de câmbio, de janeiro a junho, tivemos uma queda considerável que afetou a cadeia. Começamos com U$ 3,25 e acabamos com U$ 3,42; é uma diferença de 5,23 percentuais isso afeta principalmente o mercado nacional e quando falamos em mercado nacional temos que ver também o cone-sul, acrescido aí com a crise argentina. Em geral, o primeiro semestre não foi ruim, mas não foi o que a gente esperava.

Classe média-média

Na realidade, faço duas distinções: O classe média- média compra mais o Iberostar Bahia, o média alta compra mais o Iberostar Praia do Forte. O média-média procura mais oportunidade de preço. Percebemos uma dificuldade de crescer no (Iberostar) Bahia do que crescer no Praia do Forte. Cumprimos e superamos as metas no Praia do Forte e no Bahia mantivemos em linha. Como falei, com a redução dos eventos, o Bahia sofreu mais, pois é ali que estão os grandes salões. Menos eventos, menos ingressos, menos faturamento. O que cresceu? Vendas (por meio das plataformas) online. Já com os operadores turísticos as vendas oscilaram, ou seja, um mês boas vendas, outro mês um pouco abaixo, e assim por diante.

Inaugurado em 2005, o Grand Amazon é o marco do início das atividades do Iberostar no país (Crédito: DT)

Eleições e Copa

O que a gente sente desde junho que já começou o clima, a preparação para as eleições. Todo mundo quer prever o que vai acontecer, adivinhar, fazer prognósticos e paralelamente a isso poucas empresas fazem lançamentos de algum produto, fazem novos investimentos porque não sabem como vai ficar. E queira ou não, a Copa do Mundo, pára (o país). As pessoas estão preocupadas em juntar gente em casa, no quiosque, nos bares. Os shoppings estão vazios. As férias começam depois da Copa.

Melhor Ocupação

O navio Grand Amazon tem sua melhor ocupação desde a sua fundação. Ou seja, o mês de julho, tem 9 pontos acima do previsto, melhor ocupação desde sua inauguração em 2005. Todos os camarotes comprados. O nosso amado barco tem 74 apartamentos – o que representa 6% da nossa oferta de aposentos  no Brasil.

Hóspedes do Iberostar

Posso adiantar que o Cone-sul responde por 15%. São turistas argentinos, uruguaios, paraguaios e chilenos. Os brasileiros respondem por 75% e o restante, cerca de 5% a 10% são europeus, incluindo aí três a quatro dígitos de americanos.

férias
O Iberostar Bahia: queda do número de eventos impactaram na receita (Foto: Arquivo DT)

Novos investimentos

O grupo Iberostar tem um plano de investimentos e manutenção que é sempre feito com antecipação logo em setembro e outubro de cada ano. No ano passado, foi definido pela empresa um investimento nos dois hotéis e no navio, um aporte total de U$ 10 milhões. Trata-se de manutenção efetiva e preventiva, conservação e inovação. No Grand Amazon, por exemplo só em manutenção dos requisitos de segurança, troca do ar-condicionado e geradores vai algo em torno de U$ 1.5 milhão. No Iberostar Praia do Forte até o final do ano inauguremos um restaurante italiano; o nome, em princípio será “Novecento”.

Plásticos

Estamos trabalhando fortemente já que faz parte da nossa política de meio ambiente abolir todos os canudos e plásticos usados em nosso resort. Em linha com nossa matriz em Palma de Mallorca, criamos o programa “Onda de Mudança”. Em abril passado a empresa anunciou que os quartos de nossos mais de 110 hotéis de todo o mundo serão livres de plástico descartável em 2019. Os nossos seguirão essa linha.

*O jornalista viajou ao Rio de Janeiro de Avianca com seguro GTA

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