Orlando Giglio faz um diagnóstico dos 10 anos do Iberostar Grand Amazon

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retrospectiva_200Publicado originalmente dia 19 de Março

por Paulo Atzingen (de Manaus)*

Um pouco antes da entrega da premiação “Estrellas Iberostar 2015”, na noite deste domingo (15), à bordo do navio Grand Amazon Iberostar, o DIÁRIO  ouviu o diretor geral do Iberostar no Brasil, Orlando Giglio. O diretor apresenta um panorama dos 10 anos do empreendimento, que marcou a chegada do grupo espanhol no Brasil, exatamente em abril de 2005. Fala dos primeiros obstáculos enfrentados nessa década, como a falta de chuvas no verão de 2005, da malha aérea deficitária para a região, mas adianta também as inúmeras vitórias que o empreendimento proporcionou. Acompanhe:

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10 anos

Há 10 anos o Iberostar chegou no Brasil e começou pela cabeça (região Norte). Éramos uma companhia afastada da América do Sul. Isso trouxe para nós um conhecimento horizontal do Brasil, que na realidade não se conhecia. Éramos conhecidos como o  Ibero o quê. Hoje somos o Iberostar, uma cadeia conhecida nacionalmente e internacionalmente,  principalmente pelos excelentes serviços que oferece, além do verdadeiro all inclusive.

Obstáculos

Começamos uma coisa inédita no Brasil, que não existia e ainda não existe. Fizemos em  um estaleiro que até então só havia sido feito para os barcos do Roberto Carlos, Lady Laura 1, 2, 3 e 4. Estaleiro com mão de obra brasileira. Obviamente nenhum  empresário até então havia tido coragem para investir aqui nesta região, foi o que o Iberostar fez.

No entanto, logo depois do lançamento ocorreu um fato preocupante no Amazonas. A maior seca da Amazônia, em 2005 – 2006, a maior estiagem em 68 anos, período em que tivemos que parar o barco literalmente por falta de água para navegar e os trabalhos complicaram um pouco. Essa informação demorou para ser diluída, e ainda em 2011, nos perguntavam: “já tem água no rio?” – falta um pouco de leitura e conhecimento da região. A divulgação da Amazônia é muito pejorativa. Há pouca promoção do destino, principalmente promoção institucional.

Novos voos e Quebra da Varig

Quando fizemos o barco, planejamos o barco, a ideia sempre partiu do princípio, que o navio seria 80% a 90% de estrangeiros e 20% a 10% de brasileiros.  Neste tempo tinhamos o principal promotor do Brasil e da Amazônia que quebrou, que era Varig. Com a quebra dela sumiu todos os voos internacionais de Manaus. Não tínhamos como trazer gente. Ninguém queria ir para São Paulo ou Rio para pegar um voo para cá. A malha aérea era muito deficitária.

Em junho do ano passado, depois de muita luta, tanto o governo do Pará quanto do Amazonas conseguiram trazer o primeiro voo da Europa, com a TAP que supriu um pouco a necessidade. Esses voos foram somados aos outros para os EUA, como os da  TAM, Copa Airlines e American Airlines.

Convencimento

A criatividade nasce da necessidade. Começamos a trabalhar com o Brasil com um navio com 75 cabines e que era necessário receber 300 pessoas por semana. Não é todo mundo que quer vir para o Amazonas, você tem que ser convencido para vir pela primeira vez. Hoje temos um público brasileiro bastante forte, o nosso percentual de brasileiros já passou de 66%, entretanto com essas novas facilidades e conexões de linha aéreas, o estrangeiro, especialmente o americano, tem aumentado, mesmo com a exigência do visto. Se houver a flexibilização (do visto) vai ser ainda mais fácil. Por outro lado, a gente percebe claramente que os brasileiros também estão se interessando, pois foram criados novos voos, além de TAM e GOL temos também a Azul. Esse ainda é o grande problema, chegar em Manaus não é tão fácil, a malha ainda é pequena.

Origem dos clientes

Na realidade temos três ou quatro tipos de clientes. O cliente regional, que vem para conhecer, que não é uma grande fatia;  temos o cliente que vem pelas operadoras nacionais e internacionais e o que nós chamamos também os clientes que vem pelas OTAs, que é um segmento que vem crescendo. E vem surgindo agora o fretamento para empresas, como por exemplo a Coca –Cola (que freta para Parintins), a Michilin, o jornal Le Mercure, a TIM, em formatos que conhecemos como eventos de incentivo, com datas fechadas.

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