Desenvolvimento de produtos e destinos, capaz de promover conexão humana. Esse o ponto-de-partida do Painel Turismo de Raizes, apresentado nesta 3ª Feira (3), no 8º Expo Fórum Visite São Paulo, realizado no WTC Events Center, na capital paulista.
Por Cecília Fazzini , especial para o DIÁRIO
A meta é o desenvolvimento e a profissionalização de destinos ainda desconhecidos, mas com tudo para se tornarem consagrados. Desafio da fala de expoentes e especialistas do turismo, que simbolizam por suas origens a imigração no País.
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Chieko Aoki, presidente da rede hoteleira Blue Tree, expressou a visão do visitante japonês. A empresária alertou que, em 2025, os 130 anos é comemorado o Tratado de Amizade e Comércio Brasil/Japão e que estão previstas uma leva de visitantes da terra do sol nascente ao país. “O turista japonês aprecia a natureza, além, claro, da segurança”. Citou exemplos como turismo termal, gastronomia e cultura. Turismo ferroviário também está na mira desse viajante, apesar de acostumados com o trem- bala.
Chieko Aoki dá uma dica para a propagar o Turismo de Raízes: Elaborar um documentário sobre a mata, com detalhe de uma espécie, uma flor. Recomenda a formatação de produtos nesse segmento de natureza, menos praias e mais termas. E ainda para otimizar a estadia, formatar roteiros completos com compras, visita a museu, e cultura.
Imigração Italiana
Marina Martello, representando a Emigrazione Italiana, entende que o Brasil e o Interior de São Paulo atraem esse viajante, estimulado pela gastronomia brasileira com toque de Itália, cultura, natureza e ambiente muito acolhedor. “Povo hospitaleiro, clima maravilhoso, patrimônio arquitetônico. Aqui tem tudo”. E importante: sugere a conexão com programas que mostrem como vivem os brasileiros, tema que gera curiosidade, tantas gerações depois dos ancestrais italianos.
Para Henrique Trindade, do Museu da Imigração – primeira hospedaria por onde passaram 3 milhões de imigrantes na chegada ao Brasil -, divulgar as raízes é de suma importância. “Temos registros num acervo de histórias de famílias que podem ser o fio condutor da origem de muitas famílias brasileiras”. Segundo ele, curiosidades e a saga particular de personagens estão guardadas ao museu. Diversas nacionalidades têm, conforme Trindade, um vínculo forte com a formação da nossa sociedade, expressas nos registros da entidade. Ele sugeriu maior interatividade com o exterior para que conheçam o papel e a relevância do museu. Um processo de internacionalização já está em curso e sinergia com outros museus.
Das arábias
Representando a comunidade árabe, Khaled Mahassem, jornalista, frisa que a ligação desses descendentes no Brasil é muito intensa. No país vivem 10 milhões de libaneses, dos quais 6 milhões só no estado de São Paulo. Dado esse universo, se esse contingente convidar um parente, multiplicarmos o potencial de visitação. Praias, cidades interioranas e culinária são pontos de atração deste turista, além de cultura e igrejas. No entanto, a exigência do visto é um bloqueio ainda para estimular as chegadas ao Brasil. Libaneses são apaixonados por futebol e pela arte brasileira do esporte.
O painel no 8º Expo Fórum concluiu que produto e o desafio de comunicar melhor no exterior convivem no mesmo cenário. Um trabalho da embaixada no exterior pode fazer a ponte para divulgar o nicho de Raízes.