Paulo Chequetti, diretor comercial da Unidas, fala ao DIÁRIO

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REDAÇÃO DO DIÁRIO 

A Unidas anunciou os resultados do ano de 2015 e, à primeira vista, a recessão econômica passou longe. O lucro líquido da empresa locadora de automóveis foi de R$ 44,6 milhões, que comparado a 2014 representou um crescimento de 9,3%. Já a Receita Líquida Consolidada da companhia cresceu 13,5% na comparação aos R$992 milhões registrados em 2014, ultrapassando R$ 1,1 bilhão.

De acordo com o Paulo Chequetti, diretor comercial da empresa, no ano passado, a frota operacional da Unidas chegou a 34.857 veículos, um crescimento de 8,2% na comparação com 2014. Quanto ao número de lojas, a companhia encerrou 2015 com 237 estabelecimentos de aluguel e venda de veículos, sendo 114 lojas próprias e 123 franqueados, um aumento de 38 estabelecimentos em relação a 2014. O DIÁRIO foi ouvir Paulo Chequetti, acompanhe:

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DIÁRIO: Vocês anunciaram recentemente que alcançaram 100 pontos de franquia em todo Brasil, quais os critérios que utilizam para implantar novas franquias no país?

PAULO CHEQUETTI– O primeiro de todos claro, é onde existem negócios, tanto negócios de lazer quanto negócios corporativos; esta semana inauguramos Cubatão, é muito importante porque é uma zona industrial, tem indústrias instaladas no local. A gente olha a quantidade de habitantes na cidade, alÉm do potencial de negócios da cidade, seja de lazer ou seja corporativo.

DIÁRIO: Com o desaquecimento da economia algumas empresas estão desativando frotas próprias. Vocês têm aproveitado este cenário para alugar, isso tem sido positivo?

PAULO CHEQUETTI–  Se precisar fazer uma comparação (com aluguel de carros) seria com restaurantes; as pessoas precisam comer, seja onde for, ou como existe hoje a racionalização de recursos como água e energia, mas nunca deixam de usar esses insumos. É o que acontece no setor corporativo.  Aquelas empresas que tem muito peso no seu budget de viagens, tendem ao invés de viajar três dias, viajam só um, ao invés de pernoite no hotel, vai e volta no mesmo dia; agora, por outro lado, o cenário econômico faz com que você (e também a concorrência) tenha três fatores importantes: juros altos, inflação alta e concorrência. A concorrência trás os preços para baixo, a inflação alta faz com que você tenha uma série de custos mais altos, seja energia, seja aluguel, então aumenta e você tem valor agregado onde você tem uma operação que demande capital, estes juros altos te matam. Nesse cenário, você tem uma série de companhias buscando soluções mais em conta para suas operações. Muitas companhias passam a vender por conta própria, para fazer dinheiro para seu negócio e muitas companhias que têm um contrato de 24 a 36 meses com a  terceirização de frotas preferem pagar um pouco mais e pagar um carro mensal num rent a car onde ela possa devolver na hora que ela quiser, onde ela quiser e quando ela quiser. Essa é a oportunidade que nós temos, num cenário de juros altos, num cenário onde as pessoas precisam economizar, onde as pessoas precisam de uma solução mais efetiva para seus negócios.

Muitas companhias que têm um contrato de 24 a 36 meses com a  terceirização de frotas preferem pagar um pouco mais e pagar um carro mensal num rent a car onde ela possa devolver na hora que ele quiser

DIÁRIO: Vocês anunciaram recentemente a isenção de taxas de devolução para aluguel. Isto tem impactado no aumento da empatia do público com a Unidas?

PAULO CHEQUETTI- Nosso negócio é um negócio em que o serviço pesa muito, você não tem um contrato que exige ou prende um cliente com você a longo prazo, quando, por exemplo, se terceiriza a frota de 24 a 36 meses. No rent a car não; no rent a car você presta o serviço, pega o carro, devolve e não volta nunca mais; no aeroporto, em 30 metros você consegue enxergar onde encontrar a locadora. Então agradar o cliente se dá através deste serviço, mas claro que alguma bonificação também é preciso, taxas menores, possibilidade de ele ter uma hora extra, alguma promoção no site… mas onde estamos investindo mais é na prestação de serviços, é na qualidade do atendimento ao nosso cliente. Em agosto de 2015 a Unidas obteve a certificação da Great Place to Work como uma das melhores grandes empresas para se trabalhar no Brasil. Então estamos investindo, seja na formação do nosso colaborador, no bem estar do nosso colaborador, seja no atendimento ao nosso cliente; então vai muito por essa linha, do atendimento,..para existir você precisa investir, estar dentro do mercado, tem que ser competitivo, tem que investir muito em treinamento, qualidade do serviço e em tecnologia…

"Você tem a locação de carros básicos para variadas operações, assim como os de super luxo para o presidentes e diretoria"
“Você tem a locação de carros básicos para variadas operações, assim como os de super luxo para o presidentes e diretoria”

DIÁRIO: Vocês tiveram uma queda de 9,3% no lucro líquido do 3º trimestre de 2015, qual a expectativa para 2016?

PAULO CHEQUETTI– Com o aumento dos juros você tem um gasto excessivo, cada item nosso custa 30 mil reais, você precisa de muito capital e com o aumento da concorrência os preços vão para baixo. Esse primeiro trimestre vai ser quase idêntico ao do ano passado, um pouco parecido com a receita do fim do ano passado, mas não vai ter crescimento igual ao patamar que vínhamos tendo nos últimos anos. Estamos esperando para este ano de 2016 um crescimento de 11% ou 12%.

Mas 2015 não foi um ano ruim. O lucro líquido da empresa locadora de automóveis foi de R$ 44,6 milhões, que comparado a 2014 representou um crescimento de 9,3%. Já a Receita Líquida Consolidada da Companhia cresceu 13,5% na comparação aos R$992 milhões registrados em 2014, ultrapassando R$ 1,1 bilhão.

DIÁRIO:  E a locação de modelos de luxo?

PAULO CHEQUETTI- A Unidas é a primeira locadora a investir nisso tendo como parceria com a Audi; , temos os modelos que chamamos de super luxo; nós acreditamos que é uma operação de médio a longo prazo, assim como o mercado de lazer no Brasil está crescendo a cultura. Quando o brasileiro vai para o exterior está acostumado a locar carro, mas no Brasil nem sempre, você tem um crescimento natural na locação de carros a lazer no Brasil e dada a situação atual de juros e dólar você tem menos brasileiros alugando.

Outro ponto que contribui para o crescimento a médio e longo prazo é o investimento das grandes corporações; quando você fala de grandes corporações americanas e brasileiras, você esta falando de vários públicos dentro da mesmo companhia, você tem a locação de carros básicos para variadas operações, assim como os de super luxo para o presidentes e diretoria; então a médio e longo prazo tem uma demanda de carros superiores, carros automáticos e carros de luxo. Investimos nisso em 2014, estamos muito satisfeitos com esse desenvolvimento, mas no Brasil ainda é uma questão cultural; você tem que criar esse mercado, somos um dos poucos países do mundo que temos carros sem ar condicionado, mesmo em países bem menores não existe isso;  o mercado de luxo no Brasil ainda tem uma grande demanda.

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