BRUXELAS (Reuters) – Um plano da UE para começar a restaurar a competição de slots em aeroportos no ano que vem atraiu críticas nesta quarta-feira (16) de grandes companhias aéreas, que alertaram que isso poderia levar ao retorno de “voos fantasmas” vazios.
A suspensão das regras que regem os direitos de decolagem e pouso em aeroportos outrora movimentados, introduzida no início da pandemia COVID-19, tornou-se mais polêmica. As companhias aéreas de baixo custo estão impacientes para ver um retorno às regras normais que exigem que os operadores históricos usem 80% de seus slots ou cedam alguns a rivais.
A proposta da Comissão Europeia restauraria a regra “use ou perca” para a temporada de verão do norte começando em março de 2021, mas com um limite inferior de 40%.
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A comissária de Transporte, Adina Valean, disse que o plano anunciado nesta quarta-feira iria “encontrar um equilíbrio” entre a concorrência justa e o alívio para as companhias aéreas afetadas pela queda nas viagens.
“O efeito da atual isenção é congelar a concorrência nos níveis de 2019 sem que haja qualquer exigência de que a capacidade seja realmente usada de forma eficiente”, de acordo com a proposta, relatada pela primeira vez pela Reuters. “É hora de estabelecer um caminho para retornar a uma aplicação normal da regra ‘use-ou-perca’.”
Mas grupos da indústria de aviação liderados pelo órgão de companhias aéreas IATA disseram que o plano da UE “não aborda suficientemente a extensão da crise contínua no transporte aéreo” e apelou aos governos europeus e parlamentares para intervir.
A menos que seja alterado, “pode levar as companhias aéreas a serem forçadas a operar‘ voos fantasmas ’”, disseram eles em um comunicado.
Antes da isenção, algumas operadoras operavam voos vazios para evitar a perda de slots, gerando indignação entre os ambientalistas e o público em geral.
A IATA e o grupo de aeroportos ACI propuseram um regime que permitia às companhias aéreas devolverem os slots excedentes temporariamente e usarem apenas 50% dos que possuíam, sem perder os direitos no ano seguinte.