Rio: politicas públicas de turismo e municipalização

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É muito comum no Brasil e no Rio de Janeiro gestores de turismo desconhecerem a atividade ou, simplesmente, o que é mais comum, a confundirem com o lazer da população local

por Bayard Do Coutto Boiteux* (Com edição do DT)
A atividade turística nasce no município.  E ali que devem se  concentrar todos os esforços de desenvolvimento sustentável, numa ação conjunta do Poder Público, da iniciativa privada e da população anfitriã. Estamos cansados e não aguentamos mais a escolha de gestores municipais de turismo sem a devida qualificação e sem que se cerquem pelo menos de um staff técnico. O que se vê no Brasil e no Estado do RJ, são gestores de turismo que desconhecem a atividade ou que simplesmente, o que é mais comum, a confundem com o lazer da população local, através de eventos em praça pública, onde são pagos cachês altíssimos que poderiam ser revertidos em ações pontuais, que muito ajudariam numa melhor estruturação das cidades, como produtos turísticos.

Fora os novos prefeitos e seus assessores que mudam todas as estruturas existentes nas empresas municipais de turismo, por exemplo, retirando funcionários de carreira e colocando protegidos políticos. A história do turismo local não é e nunca será construída por uma única administração. É um esforço conjunto de várias gestões. E a prata da casa deve ser necessariamente privilegiada. Um dos maiores gestores de turismo do Rio, Alfredo Laufer, que não era da área mas buscou apoio no corpo técnico da Riotur e conseguiu uma gestão inovadora e com o apoio e alegria dos que ali trabalhavam. Outro exemplo foi Roberto Gherardi, na Turis-Rio, que melhorou na percepção do produto Estado do Rio com programas de formação e estruturação.

A história do turismo local não é e nunca será construída por uma única administração. É um esforço conjunto de várias gestões

E óbvio que muitos municípios no principio foram fazendo concursos públicos e admitindo turismólogos na execução das politicas públicas de turismo locais, que devem começar com um inventário turístico e um plano municipal de turismo com metas pré-estabelecidas, que podem ser avaliadas no final da gestão. Cabe ao município elaborar material promocional em pelo menos três idiomas, sinalizar turisticamente a cidade, desenvolver programas de capacitação para o trade e população anfitriã, cuidar da informação turística com postos bem localizados com estrutura simples, mas funcional e finalmente promover. É muito simples. Ninguém descobre a pólvora ou pensa que salvou a cidade. Planos de turismo mesmo, no caso do Rio só tivemos com o Plano Maravilha e uma revisão do mesmo por Medina, com a criação de novos polos turístico.

O plano nacional de municipalização do turismo(PNMT) nunca poderia ter sido descontinuado, mesmo que merecesse correções e aprimorações era o instrumento eficiente e capaz para a melhoria do turismo brasileiro.

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Enfim,volto a fazer tais considerações num momento em que estamos novamente perdidos com ações de todos os lados sem nenhuma coordenação e sem foco nenhum. O foco do turismo é a melhoria de qualidade de vida da população e sua inserção no processo produtivo. Será que é tão difícil entender e trabalhar com orientações técnicas e plausíveis?

*Bayard Do Coutto Boiteux é diretor executivo do Instituto de Pesquisas e Estudos do Turismo do RJ, vice presidente da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ, gerente de turismo do Preservale, professor universitário e escritor.

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