Possível fusão entre Gol e Azul pode reconfigurar mercado de aviação no Brasil

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Para Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial e Societário, a união das operações da Gol e da Azul pode levar a uma concentração de mercado

REDAÇÃO DO DIÁRIO

A especulação sobre a fusão entre a Gol Linhas Aéreas e a Azul Linhas Aéreas está ganhando força, representando um possível marco no setor de aviação nacional. As empresas, que já mostraram interesse em grandes aquisições no passado, agora podem se unir em um movimento que pode mudar a dinâmica concorrencial e impactar stakeholders de ambos os lados.

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Inicialmente, rumores indicavam que a Azul estava considerando uma oferta pela Gol, que recentemente entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A especulação também sugere que a Azul, apesar de acumular dívidas consideráveis, é financeiramente mais sólida que a Gol, o que poderia resultar em uma fusão onde os acionistas da Azul se tornariam majoritários.

Consequências para os stakeholders

Para Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados, a possível união das operações da Gol e da Azul pode levar a uma concentração de mercado, o que historicamente resulta em aumento de tarifas e afeta diretamente os consumidores. Além disso, a legislação brasileira até 2018 limitava a propriedade estrangeira em companhias aéreas nacionais, o que restringia a entrada de novos competidores internacionais no mercado.

Governança corporativa e operacional

Embora a aquisição possa gerar sinergias e economias de escala, muito dependerá da execução eficaz da integração das operações e da gestão da dívida combinada da nova entidade. A transação também será analisada por órgãos reguladores como o Cade, que avaliarão o impacto sobre a concorrência no mercado. Ademais, aspectos operacionais, como a escassez de aeronaves e o mercado de trabalho para pilotos, também serão afetados pela possível fusão.

Impactos para outros stakeholders

Existe a possibilidade de redundâncias nos quadros de funcionários, gerando incertezas e preocupações quanto à manutenção de empregos, mas também podem surgir oportunidades de realocação e integração de talentos. Fornecedores e parceiros terão que se adaptar às novas diretrizes e demandas da entidade combinada, o que pode alterar as dinâmicas comerciais prévias.

Em resumo, a possível fusão entre Gol e Azul pode reconfigurar o mercado de aviação no Brasil, impactando stakeholders de diversas formas. Enquanto os consumidores podem enfrentar aumento de tarifas, a indústria aérea brasileira pode passar por uma reestruturação significativa, com potenciais benefícios e desafios para as empresas envolvidas e seus stakeholders.

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