RETRÔ 2018 – publicado dia 18 de janeiro
Romão, que é agente de viagem profissional e dirige a L’équipe viagens corporativas, propõe ser um facilitador entre a entidade e os pares profissionais
REDAÇÃO DO DIÁRIO
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (Abav-SP), Edmilson Romão visitou a sede do DIÁRIO em São Paulo esta semana para um breve diálogo com a Redação. Edmilson que é formado em Turismo e com especialização em tecnologia e administração foi eleito em outubro do ano passado para o Biênio 2018/2019 à frente de uma entidade com 450 associados. “Quero revigorar o espírito associativo e prestar um serviço à entidade com foco na empresa e falar a mesma linguagem do agente de viagem”, disse ao DT.
Romão, que é agente de viagem profissional e dirige a L’équipe viagens corporativas, propõe ser um facilitador entre a entidade e os pares profissionais. “É evidente que temos inúmeros entraves em nossa profissão e que são externos (citou entre alguns, as agências online), no entanto uma agência fecha ou estagna por problemas inerentes, que estão na própria forma de administração, gestão e planejamento”, enumerou.
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Edmilson completa afirmando que por falta de um maior rigor nos procedimentos, nas análises de mercado, nas receitas, no retorno de investimento, entre outros, a empresa não se desenvolve. “São fatores mais endógenos que exógenos”, explica.
Imposto
O presidente da entidade falou também sobre o Imposto sobre Serviços (ISS) que incide em atividades das agências de viagens que agora é cobrado exclusivamente sobre a comissão recebida pela venda dos produtos turísticos e sobre taxas de serviço cobradas diretamente ao consumidor.
A medida padroniza a cobrança de ISS sobre a venda, por exemplo, de pacotes turísticos compostos de bilhete aéreo e hospedagem. Nesses casos, a remuneração da agência de turismo ocorre na forma de comissão paga pela companhia aérea e pelo hotel. “Iremos pleitear junto com outras entidades, como a Abav Nacional que o imposto retido de 2% a 5% seja o líquido e não o bruto”, afirmou.
Ao cobrar o ISS alguns municípios têm considerado como base de cálculo o valor total do pacote turístico e não apenas a comissão recebida pela venda do mesmo.
A cobrança do ISS é regulamentada pela Lei Complementar 116/2003, que determina ser o imposto de competência dos municípios e do Distrito Federal, podendo variar de 2% a 5% sobre a prestação de serviços discriminados em lista anexa à lei, na qual estão “serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres”.
Futuro e pergunta
Edmilson também comentou sobre a sobrevivência das agências em tempos de recessão econômica. “As que ficaram é porque se segmentaram, olharam a economia de forma global, se anteciparam à crise e fizeram análises de risco. Conseguiram entregar consultoria a seus clientes”, afirmou ao DT.
“O agente de antigamente está extinto e o cliente também. Olhemos para o futuro. O cliente hoje estuda, compara preços e compra onde lhe convém. Mas nem tudo é preço. O próprio Booking.com tem uma ferramenta que pede uma avaliação do passageiro sobre a viagem feita. Quantos agentes de viagens hoje ligam para o cliente depois que ele viajou e pergunta: ‘como foi sua viagem?”. Fica a questão.