Reinado de Nanan Kanga Assoumou convive com sistema presidencialista na Costa do Marfim

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Esqueça o que você sabe sobre sistemas políticos modernos, presidencialismo, parlamentarismo, social-democracia ou ditaduras travestidas de socialismo. Aqui em Grand Bassan, distrito localizado a 45 quilômetros da capital da África do Sul, Abidjan, o que prevalece é a monarquia de Nanan Kanga Assoumou.

Por Paulo Atzingen (de Grand Bassan, Abidjan) – publicado originalmente dia 21 de outubro de 2019

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Exageros à parte, foi o que a reportagem do DIÁRIO constatou ao participar de uma cerimônia com os seguidores e corte do rei Nanan, na tarde desta terça-feira (21).

Quase uma centena de pessoas, homens, mulheres, jovens e idosos (com exceção de crianças) participaram de uma cerimônia especialmente preparada para receber o grupo de brasileiros. O clima de hoje remontou as típicas cerimonias dos ancestrais desse povo, quando o nome do rei é anunciado e atabaques e gritos das mulheres ecoam alardeando sua chegada.

Mulheres, homens, jovens e adultos (com exceção de crianças), foram render homenagens ao rei (Crédito: DT)

Protetorado

A cerimônia remete ao princípio e às tradições das aldeias marfinenses, antes mesmo que a França por meio dos tratados de protetorado de  1842 (entre o rei Louis Philippe da França, e a Costa do Marfim, à época), tomasse o país como colônia oficial dos franceses. O ano de 1958 foi proclamada a República da Costa do Marfim, como república autônoma dentro da Communauté française (Comunidade Francesa) e somente em 1960, alcançou a independência plena.

“Trata-se de um sistema em harmonia com o poder civil executivo”, garante Boubakar Sanfo. líder tour do grupo de jornalistas e operadores que participam de um press-trip pelo país africano.  Hoje esse sistema é mantido, segundo seus organizadores, pela própria produção agrícola e por relações politico-administrativas com o governo, servindo, evidentemente, como um atrativo turístico a mais.

Vasto Território

O reinado de Nanan Kanga, como outros que se espalham em aldeias e tribos no antigo país dos elefantes,  se estende por um vasto território de mais de 1800 quilômetros quadrados e desde 1715, antes mesmo da França chegar por aqui, vem mantendo seus traços culturais e identidade.

Diretor da Cote D’Ivoire Tourisme, Jean Marie Somet (Crédito: DT)

Valores e não quantidade

Durante o cerimonial, o diretor geral do Cote D’Ivoire Tourisme, Jean Marie Somet  fez um resumo, diante do rei, dos objetivos em trazer o grupo de brasileiros ao país: “Queremos ser reconhecidos como destino turístico. Não porque somos um povo bonito, ou porque temos ótimos hotéis, mas porque temos uma cultura autóctone, uma relação muito forte com nossas raízes”, afirmou Somet. “Nós oferecemos nossos valores e não queremos em troca quantidade, mas qualidade”, se referindo a ideia de trazer profissionais qualificados do trade turístico, ao invés de fazer um enorme investimento em mídia, sem auferir resultados concretos.

O Reino de Nanan Kanga Assoumou é uma monarquia de tipo constitucional que gira em torno de três instituições principais: o Clã ou família; Os gêneros ou classes etárias e e a monarquia hereditária.

O grupo de brasileiros é composto por quatro jornalistas e três operadores, entre eles o presidente da Associação Brasileira de Operadores de Turismo – Braztoa Roberto Haro Nedelciu.

Atualmente o presidente da República é Alassane Ouattara. 

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*O jornalista viajou a Costa do Marfim a convite do Cote D’Ivoire Tourisme com seguro GTA

 

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