O Reino Unido enfrenta um déficit de profissionais em diversos setores. Isso tem atraído não apenas estudantes universitários, mas também pessoas em busca de empregos, independentemente de qualificações acadêmicas. Muitos buscam avanços financeiros, a possibilidade de construir um patrimônio e uma vida melhor para si e suas famílias.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
O Brexit alterou significativamente o cenário migratório. Como muitos europeus optaram por deixar o país, surgiram várias oportunidades de emprego. Isso levou o governo a flexibilizar as regras para emissão de vistos de trabalho.
A Dra. Lívia Suassuna, advogada brasileira especializada em direito imigratório do escritório MartinsCosta Immigration, destaca:
“Muitos não-europeus têm escolhido o Reino Unido para estudos, especialmente devido aos custos mais baixos comparados aos estudos em outros países, como os EUA e ao fato de o governo ter introduzido o chamado ‘Graduate Visa’. Esse visto permite que, após a conclusão de um curso de graduação ou pós-graduação no Reino Unido, o indivíduo possa trabalhar no país por dois anos e trazer os seus dependentes com direito a trabalho e ao uso do sistema público de saúde”, enfatiza Dra. Lívia.
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Tal dinâmica tem elevado o número de estudantes e, consequentemente, de imigrantes de todas as nacionalidades, mesmo com o Reino Unido fora da União Europeia. Além disso, o mercado de trabalho britânico oferece uma ampla gama de oportunidades.
Comparativos de 2019 a 2022 (gráfico):
Fonte: Pedidos de visto de entrada e resultados – Vis_D02
https://www.gov.uk/government/statistics/immigration-system-statistics-year-ending-december-2022/why-do-people-come-to-the-uk-to-work
De acordo com os dados:
• O ‘Worker Visa’ (visto de trabalho) apresentou um aumento de 161%, passando de 63 mil em 2019 para 166 mil em 2022.
• O ‘Temporary Worker’ (visto de trabalho voluntário) teve um acréscimo de 72%, com números de 40 mil em 2019 para 70 mil em 2022.
• O ‘Investor, Business & Development’ (para investidores e desenvolvimento de negócios) aumentou de 2.780 em 2019 para 3.843 em 2022.
Dra. Livia ressalta também a resiliência dos brasileiros: “Apesar de algumas barreiras linguísticas, os brasileiros são determinados e se adaptam rapidamente, vislumbrando uma melhor qualidade de vida”.
Atualmente, empresas como Amazon, BairesDev, Google, Meta, Natixis, Bayer, Nokia, Syngenta e Benteler são as principais empregadoras. Muitas delas financiam os custos dos vistos e assistem à mudança dos funcionários para o Reino Unido. As oportunidades são vastas, especialmente para aqueles com experiência e formação superior, assim como proficiência em inglês.
Dra. Livia ainda destaca os setores mais carentes de mão de obra: saúde (enfermeiros e cuidadores) e tecnologia/ciências, seguidos da indústria e engenharia civil – com demanda por especialistas em rodovias, petróleo e gás, saneamento e engenharia estrutural.
“O governo britânico tem incentivado contratações nesses setores, oferecendo benefícios aos contratados e seus dependentes, incluindo acesso à educação e saúde públicas. Além disso, cônjuges e dependentes também têm direitos de trabalho ampliados”, finaliza a advogada especializada em direito imigratório.