Durante o Hiper Feirão Flytour, que aconteceu no último fim de semana em Santos, litoral de São Paulo, o DIÁRIO conversou com Roberto de Lucena, secretário de Turismo do Estado de São Paulo.
Roberto de Lucena é deputado federal pelo Partido Verde (PV-SP), desde 2011, e foi reeleito para mais um mandato no Congresso Nacional em outubro de 2014. É vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e vice-líder do partido na Câmara dos Deputados.
DIÁRIO: Como o senhor vê a questão da descentralização do turismo de São Paulo?
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ROBERTO DE LUCENA: É preciso pensar em turismo de forma descentralizada e considerar que São Paulo é um mundo. Hoje o Estado conta com 70 estâncias e saliento a importância da Lei 1261/15, que prevê a ampliação do número de municípios beneficiados com os recursos vinculados ao Fundo de Melhorias das Estâncias. A ação institui que 140 municípios paulistas serão de interesse turístico. Ou seja, 210 municípios indutores do turismo, além da capital: uma força que consolida São Paulo como vanguarda no turismo nacional.
A diversidade de São Paulo é muito grande: são inúmeros os atrativos turísticos. Dos 30 destinos mais visitados no Brasil, 9 estão no Estado de São Paulo: a capital, Praia Grande, Guarujá, Ubatuba, Caraguatatuba, Itanhaém, Peruíbe e Aparecida. Temos o turismo de negócios, com as feiras e eventos, carro chefe do setor. Mas São Paulo também é turismo gastronômico, sendo considerada a capital gastronômica da América do Sul. O turismo religioso tem como exemplo a cidade de Aparecida do Norte, que recepciona 12 milhões de turistas por ano, e o Templo de Salomão, na capital, que recebe quase sete vezes mais turistas do que o Cristo Redentor. E ainda o turismo rural, o vasto litoral com 622 quilômetros de praias, entre tantos outros destinos.
DIARIO: O governo pensa assim?
ROBERTO DE LUCENA: Não somente pensa assim, como está instituindo os Municípios de Interesse Turístico (MIT), tirando recursos do tesouro para apostar no fomento do desenvolvimento do turismo. O governo também está desenvolvendo um plano diretor de turismo para o Estado, visando planejar essa descentralização e focar exatamente no desenvolvimento do turismo em todas suas modalidades, nas mais diversas regiões do estado.
DIARIO: Como o senhor analisa a politica do ingresso de estâncias turísticas dentro daquele rol de cidades já existentes?
ROBERTO DE LUCENA – Já temos 70 estâncias e passaremos a contar com mais 140 municípios de interesse turístico. O que significa isso? Foi criado no Estado um ambiente tão positivo, que o turismo se tornou um mantra, sendo tratado em todas as regiões do Estado. Os municípios que não são estâncias estão aderindo a essa possibilidade e adequando suas cidades. A cada três anos haverá um ranqueamento, onde os três mais bem posicionados poderão se tornar estâncias. Da mesma forma, as três estâncias que tiverem a menor colocação poderão se tornar MIT, o que promove um “campeonato do bem”. E quem ganha com esse campeonato? O maior beneficiado é o cidadão, visto que a administração empenhará dedicação aos equipamentos turísticos para manter-se bem colocada e ranqueada. Em segundo lugar, o Estado de São Paulo que, nesse fluxo virtuoso, propicia a potencialização da cadeia que movimenta a economia. Em terceiro lugar, ganha o Turismo que amplia a diversidade e riqueza de ofertas e possibilidades.