Roma iniciou uma operação para remover as chamadas “keyboxes” — cofres que permitem o acesso autônomo a apartamentos alugados por turistas — de espaços públicos da cidade.
A medida ocorre após o Ministério do Interior da Itália proibir o check-in automático em aluguéis de curta duração, visando fortalecer a segurança pública, especialmente diante do grande fluxo de visitantes esperado para o Ano Jubilar do Vaticano este ano, 2025.
De acordo com o secretário municipal de Turismo, Alessandro Onorato, a remoção dessas caixas deve ocorrer ao longo de um mês, até que os administradores de imóveis turísticos “entendam que este jogo durou muito tempo”. A regulamentação local proíbe explicitamente a colocação de cadeados e objetos de qualquer espécie em bens patrimoniais históricos, arqueológicos, artísticos e monumentais, permitindo o uso de keyboxes apenas no interior dos condomínios. As multas para quem insistir no uso indevido desses dispositivos podem chegar a 400 euros.
A decisão de proibir o check-in automático e remover as keyboxes foi tomada por razões de segurança, visando prevenir o terrorismo, o crime organizado e manter a ordem pública. A medida, que começou em Florença e se estendeu a todo o país a partir de 18 de novembro de 2024, obriga os anfitriões a receber pessoalmente seus hóspedes. O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, apoiou a iniciativa, destacando que, além de fortalecer a segurança, elimina elementos que “desfiguram nossas ruas”. A ministra do Turismo, Daniela Santanchè, também endossou a medida, considerando-a fundamental para garantir uma experiência turística mais segura.
Entretanto, a Associação Italiana de Gestores de Aluguéis de Curta Duração (Aigab) criticou a proibição, argumentando que discrimina empresas que utilizam tecnologias avançadas para check-in. Eles ressaltam que as keyboxes não são usadas apenas para hóspedes, mas também para facilitar o acesso de equipes de limpeza e fornecer chaves de emergência. A remoção das keyboxes em Roma já começou, com agentes municipais utilizando ferramentas para retirar esses dispositivos de várias ruas ao redor do Circo Máximo, deixando avisos que informam sobre a apreensão.
A medida reflete uma preocupação crescente com o impacto do turismo de massa em Roma, onde a demanda por aluguéis de curto prazo tem levado proprietários a converterem seus imóveis em acomodações turísticas, resultando na saída de residentes locais e no aumento dos preços imobiliários. Com a aproximação do Ano Jubilar, que deve atrair mais de 32 milhões de visitantes à cidade, as autoridades buscam equilibrar o acolhimento aos turistas com a preservação da qualidade de vida dos moradores e a segurança pública. (REDAÇÃO DO DT com agências internacionais)