A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) abriu um processo para apurar possíveis falhas de segurança no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, que possam ter contribuído para o roubo de 718,9 quilos ouro no terminal de cargas, em 25 de julho.
G1 (Isabela Leite)
A Anac informou à GloboNews que faz fiscalizações para avaliar se os recursos e procedimentos estão em atendimento aos requisitos estabelecidos pela agência. A agência acrescentou que, “quando há uma informação sobre algum fato que possa comprometer a segurança da aviação civil contra atos de interferência ilícita (AVSEC) ou descumprimento de normativo da agência”, ela “instaura um processo de apuração específico”.
No caso do Aeroporto de Cumbica, o processo foi aberto no dia seguinte ao roubo, em 26 de julho. A Anac afirmou ainda que está recebendo informações do operador do terminal sobre possíveis descumprimentos de normas de segurança, e que o teor desse tipo de processo é sigiloso e restrito aos profissionais envolvidos em suas análises e entidades responsáveis pela aplicação das medidas de segurança aeroportuária. Não há data prevista para a conclusão da fiscalização.
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Em nota, a GRU Airport, responsável pelo aeroporto, informou que não foi notificada pela Anac sobre qualquer avaliação de seus procedimentos de segurança. A concessionária disse no comunicado que “segue todas as normas internacionais e práticas de segurança pertinentes à segurança aeroportuária e que, periodicamente reporta aos órgãos reguladores correspondentes dados necessários que demonstram sua total conformidade aos procedimentos exigidos”.
Novas regras
A GRU Airport estuda a adoção de mudanças no transporte de valores dentro do aeroporto após um dos maiores roubos da história do país.
Até 2018, segundo a polícia, carros-fortes e vigilantes armados acompanhavam todo o processo de embalagem das cargas de dinheiro e de metais preciosos que saíam do país.
No entanto, a presença desse tipo de veículo no terminal de cargas passou a ser vista como problema, por dificultar a circulação de empilhadeiras e de outros carros. Assim, neste ano, os carros-fortes foram proibidos de permanecer ali.
Investigação policial
A polícia ainda não recuperou nenhum grama do ouro roubado. Os investigadores suspeitam que cerca de 10 pessoas tenham participado do assalto; três delas estão presas: o funcionário do estacionamento onde os ladrões fizeram o transbordo, o supervisor do segurança do aeroporto e um amigo dele.
Nesta quinta-feira (1º), a Justiça prorrogou as prisões temporárias dos três.
“O trabalho de apuração prossegue para identificar outros envolvidos. Novos detalhes sobre as apurações acontecerão em momento oportuno. O procedimento visa preservar a investigação e evitar desvios na linha de trabalho”, informou a assessoria de imprensa do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).