Silvia Reali: Mulheres que escrevem o turismo do Brasil

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No outono de 2014 recebi a mensagem (via email pois ainda não existia whatsapp) que sairia a primeira edição da revista digital Viramundo e Mundovirado. Fiquei curioso e feliz pelo  título pois ele me tirava de uma tarde modorrenta e quente.

por Paulo Atzingen*


Meus amigos Heitor e Silvia Reali encarnariam a simbologia de casal viajante a um projeto editorial, só deles. Não é preciso ter microscópio para ver a proposta de comunicação dessa dupla de artistas das viagens, mas é preciso sensibilidade. Não é preciso ter luneta para observar a dimensão das mensagens desse casal de viajantes das palavras, mas é preciso saber ler. O trabalho em extrair Silvia Reali Servadei de Heitor Reali é tão difícil como distinguir onde termina a aurora e começa o dia, mas para essa série Mulheres que Escrevem o Turismo fui forçado a isso. Acompanhe:

DIÁRIO – Silvia, fale de sua inspiração absorvida nas viagens. Você, além de escrever também pinta? Como é o processo de criação?

Desenho, fotografo e escrevo. Tipo anfíbia. A tentativa de separar as atividades nunca deu certo. Aprendi que são mundos paralelos e não distintos. Na pintura conto uma história e quando escrevo tento textos impressionistas. Para unir as duas coisas faço ‘Cadernos de Viagem’ ao estilo dos primeiros viajantes pintores que reportavam os lugares quando não existia máquina fotográfica.

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DIÁRIO – Tenho um texto em uma crônica do livro “Em Busca da Realidade Mágica” que diz assim: “acostumei-me a acreditar que a luminosidade tropical dá vibração às fotos, colorido e movimento”. O que a inspira nas viagens para produzir?

Nossa paixão, minha e do Heitor, sempre foi viajar em busca de locais onde viveram artistas, escritores, navegadores, arquitetos, designers, músicos, para sentirmos o quanto a natureza influenciou aquelas pessoas geniais. E, nossa proposta, sempre foi escrever sobre a arte e o quanto ela transforma o mundo a nossa volta. E no decorrer dos anos vimos que existem muitas pessoas curiosas que curtem saber sobre arte tanto quanto viajar para vê-la. Daí nasceu o “Viagens Plásticas” – arte por toda parte – nosso blog no Viagem Estadão.

Caderno de viagens, ferramentas de trabalho (Crédito: divulgação)

DIÁRIO – Relate uma ou algumas experiências que resultaram em um produto editorial final espetacular – mas que parecia que não renderia muita coisa…

Por conta de nossa seção mensal “Viva o Brasil”, na Almanaque Brasil, revista de bordo da TAM, conhecemos todos os estados brasileiros. Durante mais de uma década mostramos naquelas páginas nosso entusiasmo com um Brasil surpreendente e mágico. Esses textos foram reunidos pela editora que nos presenteou o livro “Viva o Brasil”.

E, por conta dos nossos textos ganhamos dois prêmios Europa de Jornalismo e fomos os únicos jornalistas brasileiros convidados para a primeira viagem da National Geographic Expeditions para a América do Sul

Silvia e Heitor Reali, Viramundo e Mundovirado (Crédito: divulgação)

DIÁRIO – Como nasceu Viramundo e Mundovirado?

Numa das viagens pelo sertão ouvimos uma trova que também faz parte do livro Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa:

“Eu mais meu companheiro
vamos bem emparelhados,
eu me chamo Viramundo
e ele é Mundovirado”.

Viramundo e Mundovirado – que viaja até no nome – já diz bem: somos nós, Heitor e Silvia Reali, que refletimos em reportagens, fotografias, vídeos e ilustrações o que vimos pelo mundo.

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