Por Antonio Azevedo,
Presidente da Abav Nacional
Muitos são os desafios impostos a uma entidade de classe que congrega 3,5 mil associadas, e eles se potencializam quando o quadro é tão heterogêneo quanto o que compõe o Sistema Federativo Abav. Sob a representação de nossas 27 Abavs, temos consolidadoras, operadoras e agências de viagens – físicas e online – que, por consequência, apresentam objetivos e demandas distintas. Uma entidade justa deve trabalhar igualmente por todas as associadas, independentemente do seu porte, estratégias ou recursos tecnológicos que empregam no atendimento aos consumidores, que cada vez mais demandam consultoria profissional para realizarem suas viagens de lazer ou negócios.
O que poucos parecem compreender é que há limitações legais e institucionais no papel que desempenhamos enquanto associação, e certamente não nos cabe ingerir na gestão das empresas dos nossos associados e nem na escolha dos parceiros comerciais que utilizam. Somos interlocutores das necessidades e defendemos os interesses da categoria junto aos órgãos públicos e privados, incentivamos a qualificação profissional por meio de programas, campanhas, capacitações e treinamentos constantes, e exemplo disso é o quanto lutamos por incansáveis 13 anos para que as agências de viagens finalmente tivessem sua atividade reconhecida por lei. Além disso, contamos com uma assessoria jurídica ativa e atuante, sempre apta a orientar nossos associados.
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Indicativos como os bem-sucedidos programas desenvolvidos em parceria com o Sebrae, Proagência I e II – Programa de Desenvolvimento Setorial em Agenciamento e Operações Turísticas – e o Benchmarking – nacional e internacional – de boas práticas do setor, além de sucessivas capacitações e cursos que promovemos ininterruptamente por todo o Brasil por meio do nosso Instituto de Capacitação e Certificação (Iccabav) são exemplos do empenho da entidade em preparar suas associadas a enfrentarem as atuais e inevitáveis mudanças do mercado. A indústria de viagens passou por muitas transformações na última década, com reflexos em todo o mundo e cabe aos agentes de viagens entenderem e se adequarem a um novo posicionamento empresarial.
Cortes no comissionamento e a concorrência acirrada de quem vende direto, sem intermediação de um agente de viagens, colocaram em xeque um modelo de operação que durante anos sustentou a atividade. E este é um cenário que não tem volta, portanto o momento pede inovação, criatividade e, principalmente, qualificação. É com serviços, e não mais apenas com produtos, que o agente de viagens deve buscar a sua diversificação no mercado e, consequentemente, a fidelidade de seus clientes.
Cabe aos empresários escolher seu diferencial competitivo ou então rever a existência do próprio negócio. Reservas de mercado não existem mais e os avanços da tecnologia são irreversíveis — o que é preciso e está ao alcance de todos é a adoção de ferramentas que lhes permitam tirar o melhor proveito dos recursos disponíveis para ganhar competitividade.
O agente de viagens do futuro deve ser proativo e encontrar um novo posicionamento dentro da cadeia produtiva do turismo, agregando mais valor a ela. Desenvolver produtos e serviços, em vez de apenas intermediar, convencer-se de que o cliente é a razão da sua existência, e trabalhar em prol dele. Virá daí a sua remuneração, pela efetiva prestação de um serviço diferenciado e não mais simplesmente pela venda intermediada. Não podemos mais depender apenas das comissões dos fornecedores, mas sair em busca de negociações vantajosas, porque cada vez mais as agências de viagens serão reconhecidas como geradoras de demandas de mercado.
Em constante transformação, o mercado já testemunhou inúmeras inovações que alcançaram maior ou menor êxito mas evidenciaram a superação dos agentes de viagens. Seguimos com nossa missão de representar e defender os interesses das agências de viagens, sinalizar caminhos e difundir boas práticas, mas – reiteramos – foge inteiramente da alçada desta ou de qualquer outra entidade de classe a gestão direta sobre os negócios das empresas associadas.”
Convido aos que lerem este texto, para que prestigiem o artigo escrito pelo Sr. Aroldo Schultz.
Se dependesse da ABAV e de sua atuação, hoje existiria um museu dos agentes de viagem em lugar dos profissionais serios, preparados e absurdamente mal remunerados que ;e o painel de hoje. Falta a nós agentes boicotaram a ABAV que nada faz pela classe, Ela só existe porque pagamos as suas mensalidades sem dar contrapartida alguma. Parabéns ao Aroldo (Schultz) – assino embaixo em tudo que ele disse em seu comentario. ABAV, faça-nos um grande favor: feche as portas, seria uma grande comemoraçao para o turismo!