Redação do DT
Filha do fundador da escola de samba e carnavalesca desde o berço, a presidente da Mocidade Alegre, Solange Bichara foi a palestrante do segundo Café de Relacionamento do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), realizado na manhã desta terça-feira (7), em São Paulo.
O evento, que ocorreu na casa de espetáculos Terra da Garoa, reuniu mais de 100 convidados, entre funcionários e executivos de autarquias, diretores de empresas de eventos e hotelaria.
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“A proposta da SPCVB nestes cafés é gerar networking, relacionamento e ao mesmo tempo proporcionar conhecimento, principalmente entre os profissionais que fazem o turismo e sobre equipamentos que a cidade oferece”, afirma Toni Sando, presidente executivo da entidade.
Solange, em entrevista ao DIÁRIO, disse que está à frente da escola há 12 anos. “Trabalho com a boa vontade das pessoas e detectamos todo dia o que elas tem de melhor para oferecer; mas é claro, buscamos resultados, já que cada ano é uma disputa nova”, disse ao DT.
Com 3.500 colaboradores, Solange lembra que é preciso muita energia, muita disciplina. “Precisamos sempre de motivação e buscar alternativas para tornar nosso carnaval ainda mais profissional”, afirmou.
De acordo com Solange, o aporte do poder público é o menor, em relação às outras fontes do carnaval. “Além da bilheteria, a verba da televisão e venda de fantasias, a escola tem sempre que buscar outras fontes de patrocínio. O aporte do poder público (leia-se, prefeitura) é insuficiente”, disse.
Discriminação e Lei Rouanet
Solange alertou que as Escolas de Samba, não só a dela, ainda são tratadas com um certo desprezo e indiferença por alguns setores da sociedade. “Existe ainda uma discriminação contra as escolas de samba. Muitos não sabem todo o trabalho que existe por trás, inclusive social. Além disso, os investidores não sabem como proceder para investir nas escolas através de leis de incentivo”, declarou se referindo à Lei Rouanet (Politica de incentivos fiscais que possibilita as empresas (pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoa física) aplicarem uma parte do IR (imposto de renda) devido em ações culturais).
A presidente, em sua palestra, falou que 90% de seus líderes atuam como militantes, sem remuneração. “Precisamos, cada vez mais da conscientização da sociedade de que a Escola de Samba é um meio para a pessoa desenvolver habilidades humanas, culturais e se profissionalizar”, afirmou.
Com uma medalha de nossa senhora Aparecida no peito, completou: “Estamos rezando para que o Galpão da Escola de Samba saia logo para podermos profissionalizar ainda mais o nosso carnaval paulistano, que tem tudo, mas é mal divulgado”, criticou. Solange se referiu aos 14 galpões em construção desde 2012 na Fábrica do Samba, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.
Empresas que apoiaram o evento
As empresas que apoiaram o Segundo de Relacionamento do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) foram: A casa de espetáculo Terra da Garoa – terradagaroa.com.br; a Brilho Arte Audiovisual (brilhoarte.com.br), a Expressão Studio (expressaostudio.com.br) e Men in Bar (meninbar.com).