O governo da África do Sul vai colocar a companhia aérea South African Airways em uma espécie de recuperação judicial para evitar o colapso total da estatal.
Por Joseph Cotterill, Financial Times — Johannesburgo
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A South African Airways (SAA), que durante anos foi assolada por problemas de corrupção e desperdício e precisou de pacotes de auxílio do governo para cobrir os prejuízos contabilizados na maior parte dos últimos dez anos, vai entrar no processo de proteção contra credores — uma alternativa à falência — nesta quinta-feira, segundo seu conselho de administração.
A empresa aérea é a primeira estatal sul-africana a entrar nesse tipo de processo desde o fim do apartheid em 1994. A crise da aérea é um golpe para o presidente Ciryl Ramaphosa, que prometeu recuperar estatais abaladas pela corrupção durante o governo de seu antecessor, Jacob Zuma.
Uma mensagem do gabinete de Ramaphosa aos ministros na quarta-feira, que acabou vazando, argumentou que o processo para salvar a empresa é “a única rota viável aberta para o governo evitar uma implosão descontrolada da empresa aérea”.
A empresa aérea, uma das maiores da África, ficou à beira da ruína nos últimos dias, diante da piora das finanças já precárias e da dificuldade para conseguir mais um socorro financeiro do governo.
A SAA é dona da empresa aérea de baixos preços Mango e de participações em empresas aéreas locais sul-africanas, mas tem dificuldade para concorrer internacionalmente diante do fortalecimento de outras estatais rivais africanas. A empresa não conseguiu divulgar balanços financeiros nos últimos dois anos.
Em novembro, uma greve de uma semana contra uma proposta de corte de empregos aumentou as pressões sobre a posição financeira da empresa aérea.
Legalmente, no entanto, o governo não pode dizer aos advogados nomeados como a empresa aérea deveria ser salva. Com seus recentes comentários, Gordham parece ter ultrapassado o limite […] prevemos um confronto político nesse front”, disse Peter Attard Montalto, da Intellidex, uma empresa sul-africana de análises de mercado.
Apesar das súplicas de súplicas de Gordhan para que os sul-africanos comprem passagens e apoiem a SAA, a confiança dos passageiros na empresa aérea sofreu um forte golpe na semana passada, depois de empresas de seguro terem deixado de garantir as reservas.