Star Alliance é bom para aéreas. E o consumidor? Por Fabio Steinberg

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Para quem viaja pelo mundo, a negócios ou lazer, está cada dia mais complicado conciliar rotas, preços e companhias aéreas. Seja por compra direta ou intermediação de agente, a missão ficou espinhosa não apenas pela multiplicidade de ofertas. A porca torce o rabo na hora de embarcar para destinos pouco conhecidos em alguma espelunca voadora de reputação duvidosa. Qual a garantia de que o passageiro não vai colocar a vida em jogo?

Foi para tornar a vida do viajante frequente mais fácil que surgiram as alianças aéreas. São acordos de cooperação entre as companhias que servem para reduzir custos e compartilhar voos, podendo assim oferecer mais opções de embarque. Dito assim, soa como um benefício que interessa mais às empresas que clientes. Beiraria a um potencial cartel – como foi com a nada saudosa Ponte Aérea Rio-São Paulo. Inventada nos anos 60, o acordo permitia às participantes cobrar o mesmo preço altíssimo tanto por aviões caindo aos pedaços de empresas decadentes como jatos mais modernos de outras companhias melhor qualificadas.

Felizmente não é este o caso. “Nas nossas reuniões, sequer discutimos preços”, informa Mark Schwab, CEO da Star Alliance, com sede em Frankfurt. A associação foi a primeira a surgir, em 1997, e é maior que as demais alianças internacionais, Oneworld e Sky Team. No Brasil, já foi representada pela Varig, para depois saltar para a TAM e a seguir Avianca. No momento, namora também a Azul, com a firme intenção de manter um duplo romance no país.

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“Nosso principal objetivo é estabelecer as melhores conexões de alcance mundial”, complementa Schwab, um norte-americano veterano da indústria aérea, e que fala português perfeito, aprendido a partir de 1975, quando trabalhou no Rio de Janeiro para a extinta Pan Am. Ele acrescenta: “Ao atuarem em conjunto, as associadas da Star Alliance conseguem desenvolver sinergias graças à colaboração global e em larga escala”.   

Há ainda dois benefícios adicionais para os clientes. O primeiro é que as empresas participantes, ao compartilhar programas de fidelização, criam mais oportunidades para utilização. O segundo é formar uma rede de mil Salas VIPs em aeroportos formados pelas 28 afiliadas e cinco da própria Star Alliance – uma delas em Guarulhos, São Paulo. Todas podem ser utilizadas sem custos pelos viajantes da primeira classe e executiva ou com status Star Alliance Gold.

Como organismo vivo, a Star Alliance está em contínua evolução. Para expandir o alcance de conexão e cobrir destinos menos movimentados, surgiu agora um tipo de parceria que integra companhias aéreas low cost ou híbridas à sua rede de tradicionais que adotam a modalidade “full service”. Coube à sul-africana Mango estrear este novo modelo.

Em pelo menos um quesito, as alianças aéreas miraram no que viram mas acertaram o que não viram. Foi ao dar um implícito aval sobre a qualidade técnica de ilustres desconhecidas da malha, que só na Star Alliance cobre 1.330 aeroportos em 192 países. Afinal, se não fossem parte de uma rede que inclui Lufthansa e United Airlines entre outros pesos-pesados, quem entraria de olhos fechados e sem receio em um avião da Ethiopian Airlines, Adria Airways, Aergean Airlines, Asiana Airlines, Croatia Airlines, EgyptAir, LOT Polish Airlines, ou Shenzhen Airlines?

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