Malas cheias que voam gratuitamente são regalias do Brasil

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Em viagem de Orlando a São Paulo pela United Airlines, no mês passado, Cecília Ribeiro Sainz Trapaga, a filha e um neto levaram, cada um deles, duas malas com mais de 30 quilos cada. E sem nenhum custo adicional.

Se tivessem viajado para praticamente qualquer outro lugar além do Brasil, eles teriam tido que pagar um sobrepeso de pelo menos 9 quilos em cada mala e até US$ 100 dólares pela segunda peça despachada.

Mas as regras de proteção ao consumidor do Brasil transformam o país em um dos lugares mais amigáveis para os passageiros, o que força as companhias aéreas a transportar bagagem extra sem custo adicional, a colocar viajantes esquecidos nos aviões das concorrentes e a enfrentar processos judiciais por atrasos de apenas 30 minutos.

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As companhias aéreas vêm exercendo pressão sobre o governo há anos para restringir os limites de peso das bagagens, porque aviões mais pesados queimam mais combustível.

Malas pequenas

Em outros lugares do mundo, as companhias aéreas estão se tornando ainda mais estritas em relação à bagagem, o que engloba da bagagem de mão às malas que viajam no compartimento de carga.

Isso significa que fora do Brasil os aviões voam mais leves e têm melhor eficiência de combustível, disse Jay Sorensen, um ex-executivo da Midwest Airlines que agora gerencia a consultoria de aviação IdeaWorksCompany.com em Shorewood, Wisconsin.

A American Airlines, que tem sede em Fort Worth, Texas, permite aos passageiros em voo para a Europa uma mala despachada de 22,5 quilos grátis e cobra US$ 100 por uma segunda mala do mesmo tamanho.

Para alguns destinos mexicanos, a primeira mala despachada custa US$ 25 e a segunda, US$ 40.

As companhias aéreas de baixo custo da Europa são reconhecidamente restritivas em relação à franquia de bagagem. Na Ryanair Holdings Plc, da Irlanda, os passageiros não podem levar a bordo nenhuma mala que pesar mais de 10 quilos.

Serviço grátis

As regulações do Brasil implicam que “forçar as companhias aéreas a fornecer um serviço gratuito não é algo eficiente do ponto de vista econômico porque de alguma forma, em algum lugar, o cliente pagará por isso”, disse Sorensen.

Normalmente isso desencadeia preços de passagens mais altos.

Um voo direto de São Paulo a Miami em meados de outubro custa US$ 1.600, segundo uma pesquisa recente no Expedia.com, e o voo direto mais barato entre Nova York e Roma, localizadas a uma distância semelhante, está listado por US$ 1.221.

A agência reguladora da aviação no Brasil, Anac, informou que está em meio a um processo de revisão das restrições de bagagens no país.

As propostas, que incluem tarifas mais baixas para passageiros com menos bagagens, foram abertas aos comentários do público cerca de um ano e meio atrás e agora estão sendo analisadas pela Anac.

 

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