Redação do DT (Publicado originalmente dia 24 de maio)
O que seria dos hotéis sem o material humano, sem as pessoas? Com essa pergunta, a coordenadora de Vendas do grupo Promenade, Thaísa Lima deu o tom da entrevista que concedeu ao DIÁRIO, em Belo Horizonte. “A Promenade decidiu montar, criar, de uma forma mais robusta, uma equipe comercial, uma equipe nova, utilizando sim, as pratas da casa”, disse ao DT.
Segundo ela, a rede foi buscar funcionários qualificados, valorizar os colaboradores com mais tempo de empresa e apostar no desenvolvimento de uma equipe comercial cada vez mais competitiva.
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São dez hotéis que a rede administra em Minas Gerais, sendo oito em Belo Horizonte, dois no interior do Estado e mais nove no Rio de Janeiro. “Trata-se de uma estratégia para driblarmos este cenário econômico”, acrescentou. Acompanhe abaixo, a entrevista:
DIÁRIO – Está havendo uma reengenharia na área comercial. Pode descrever esse processo?
THAISA LIMA – Com a chegada de novos empreendimentos e um ano de 2015 extremamente desafiador devido a grande oferta de empreendimentos hoteleiros na cidade de Belo Horizonte, a Promenade decidiu montar, criar, de uma forma mais robusta, uma equipe comercial. Hoje são sete pessoas atuando na visitação de Minas (Gerais) como um todo e de praças distintas que têm demanda e originam reservas para BH. Uma equipe nova, com a qual foi feito um treinamento de vendas com a chegada de todos. Além dessa capacitação e contratação, dessa movimentação de pessoas para o comercial, também foi feita a alteração na agência de comunicação para ajudar na divulgação da empresa na comercialização virtual, além da contratação de uma nova assessoria de imprensa com experiência no segmento hoteleiro.
DIÁRIO – Essa turma nova que está chegando, são administradores, pessoas da área operacional? Quais serão as funções específicas desse pessoal?
THAISA LIMA – A função desses executivos de contas é disseminar o nome da empresa no mercado, levar o nome da empresa para outras praças, levar as características dos empreendimentos e levar também a nova vertente da Promenade, porque a Promenade, até 2013, atuava em Minas com todos seus produtos apart hotéis para o público bem corporativo, long stay. Os novos empreendimentos, além de vir com um número de UH’s (apartamentos) bem maiores, ainda vieram com a formatação de hotel convencional, só quarto e banho para o público de lazer.
DIÁRIO – Como tem sido a participação da Promenade em feiras e eventos?
THAISA LIMA – Dentro dessas ações está a participação em feiras e eventos, não só do setor de turismo, mas do setor de mineração e todos os diversos segmentos em que se tem a possibilidade de fazer network. Essa participação tanto como expositores, quanto como visitantes também, traz novas oportunidades de negócios como um todo para a rede. A gente vem participando de feiras do FOHB (Fórum de Hoteleiros do Brasil) em praças distintas. No ano passado já participamos dessa movimentação, participamos de feiras no segmento de casamento, mineração e esse ano estamos com o foco em feiras de turismo.
DIÁRIO – Qual a média de ocupação dos hotéis da Promenade?
THAISA LIMA – No ano passado nós ficamos próximos da marca de 60% de ocupação, fazendo a média de todos os empreendimentos. Alguns, como este aqui que nós estamos (o Promenade BH Platinum) teve uma curva mais alta e, agora em 2015, estamos próximos de 50%. É um percentual que foi divulgado pelo FOHB, e estamos dentro da média da cidade com ações diferenciadas para alavancar a ocupação de final de semana. Então, além desse hóspede corporativo, hoje nós buscamos parcerias com operadores, produtoras culturais para trazer ocupação para o final de semana, já que Belo Horizonte não tinha esse perfil de sexta, sábado e domingo com ocupação boa.
Em eventos, como o carnaval desse ano, tivemos hotéis com ocupação em torno dos 70%.
DIÁRIO – Quais as ações complementares para atingir o público de lazer?
THAISA LIMA – A Promenade tem 27 anos no mercado e sempre foi focada no hóspede corporativo e, estamos diante de um grande desafio. Com tanta oferta na cidade, fez-se necessária a mudança, abertura do nosso olhar para outros segmentos. Hoje trabalhamos esse hóspede que pode trazer uma ocupação maior no final de semana, nos feriados…
Esse trabalho é feito com divulgação, tanto no porta a porta, quanto na internet, nos portais, a venda do hotel como opção de lazer. Até porque os nossos empreendimentos têm essa característica tanto long stay, com uma estrutura grande. Os novos empreendimentos vieram cheios de diferenciais, como SPA, salão de beleza. São pequenas movimentações que aconteceram e fizeram com que a Promenade pudesse acolher esse outro segmento, além da mudança do posicionamento da empresa de ser enxergada em outras praças e aqui dentro como uma empresa mais reconhecida. A Promenade era muito recomendada, mas pouco conhecida. É uma rede com diferencial de atendimento e estrutura mas que não tinha essa marca tão disseminada no mercado. A mudança que aconteceu foi esse fortalecimento de uma equipe, de uma marca, para trazer para o mercado esse reconhecimento, essa busca de disseminação do que é o produto.
DIÁRIO – Isso implica em uma maior aproximação com as agências e operadoras de viagens e também veículos de comunicação…
THAISA LIMA – Exatamente. Aí entra a importância de uma agência de comunicação mais presente, mais agressiva e de uma assessoria de imprensa para nos ajudar em outra vertente, no trade principalmente, para levar o nome da empresa.
DIÁRIO – Você acha que para atrair hóspedes de lazer, é necessária uma articulação junto ao poder público para que os hotéis de Belo Horizonte tenham uma ocupação boa?
THAISA LIMA – Com certeza. Já vem sendo feita essa ação dos hoteleiros da cidade junto ao poder público, secretarias, ABIH, diversas entidades envolvidas nessa movimentação, para o fortalecimento do destino Belo Horizonte como um todo. Nesse momento de crise que o país vem passando, dependermos de empresas onde só se fala de redução de custos não vem sendo ideal. Precisamos dessa mobilização, da divulgação do destinos de Belo Horizonte e cidades históricas como um todo, para que a gente consiga deixar a ocupação do prédios pelo menos satisfatória.