Com mais de 17 anos de atuação no setor de turismo, a paulistana Thais Netto Medina iniciou sua carreia de jornalista como estagiária no Panrotas, quando decidiu tentar o processo seletivo para uma vaga, que teve conhecimento por intermédio de uma colega da faculdade. A aprovação acabou mudando seu objetivo profissional inicial, que era trabalhar em televisão.
De lá para cá, claramente ativa e com fome de conhecimento, Thais Medina passou por diferentes veículos do setor, adquirindo experiência também em assessorias de Imprensa, em departamentos de comunicação de empresas privadas e na administração pública, além de enveredar pelos caminhos do Marketing, da Gestão e da Educação, tanto empreendendo, como na criação da Business Factory – empresa focada em comunicação e marketing estratégicos -, como lecionando, onde dá aulas na pós-graduação, no curso de Administração, da Fundação Getúlio Vargas.
REDAÇÃO DO DIÁRIO com texto de Tárcia Oreste
Medina conta para o DT os processos de seu desenvolvimento como profissional de comunicação, dentro da série ‘Mulheres que escrevem o turismo do Brasil’, confira a seguir:
DIÁRIO – Você está no Turismo, cobrindo e contribuindo para divulgar destinos pelo Brasil e pelo mundo há um bocado de tempo, certo? Como você começou essa trajetória em publicações de viagens?
Já se passaram quase 20 anos desde que ingressei no mercado de Turismo. Minha primeira experiência foi ainda como estagiária de redação. O Panrotas me abriu as portas. Estudava com outra estagiária do veículo e uma grande amiga da faculdade, a Marjori Schroeder, hoje partner da Imaginadora [isso não ficou claro para mim], e ela indicou que havia uma vaga aberta. Passar naquele processo seletivo foi mágico para mim! Era um sonho que estava sendo realizado por estar relacionado a um tema que chamava a minha atenção – apesar de aos 18 anos eu não ter ideia do que era o turismo de verdade -, e por se tratar de um jornal. Redação era uma de minhas grandes paixões!
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Passado o tempo, trabalhei em diversas outras empresas e veículos. Passei pela assessoria de Imprensa da rede de Hotéis Grupo InterContinental (IHG Hotels & Resorts), fui analista de comunicação da São Paulo Turismo, editora do Hotelier News, diretora de Comunicação da Prefeitura de Santo André, coordenadora de Comunicação da Blue Tree Hotels e, antes de empreender, trabalhei no Grupo Trend, começando como gerente de Marketing estratégico e saindo como Head de Marketing, Comunicação e Parcerias Estratégicas Internacionais.
DIARIO – Como empresária, o que mudou em sua vida?
Sou formada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo. Após alguns anos da graduação, me dediquei a alguns novos cursos, como foi o caso de um MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, um MBA em Gestão Estratégica pela Universidade de São Paulo, um curso de extensão em Management na University of Ohio (EUA) e um MBA em Gestão Estratégica com técnicas de Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, além da formação em Master Coach pela mesma instituição. Atualmente, curso pós-graduação em Transformação Digital e Inovação pela BBI of Chicago e me dedico a outros cursos livres em Marketing Digital e técnicas diferenciadas de Vendas.
Sempre fui workaholic de carteirinha. Mas com o empreendedorismo isso se intensificou. E o motivo é simples: a nossa responsabilidade se multiplica. São muitas marcas e pessoas confiando no trabalho da equipe e, ao mesmo tempo, a gente passa a ter a responsabilidade financeira – e emocional, claro – por alguns profissionais e, consequentemente, por suas famílias.
Tudo que faço em minha vida envolve muita paixão. E com a Business Factory ou com a Fundação Getúlio Vargas, na qual leciono na pós-graduação, em Administração, não poderia ser diferente. Um ponto primordial que fez com que eu decidisse ter minha empresa foi o ‘olhar para pessoas’. Eu queria trabalhar em um local que fosse admirado pela equipe, que tivesse um DNA diferenciado do que eu já havia vivido anteriormente, um ambiente com muita alegria, extremamente saudável e feliz.
O caminho para isso foi empreender! Afinal, como gestores, nós precisamos cuidar de pessoas e são essas pessoas as responsáveis por todo o sucesso e resultados de nossos clientes. Além disso, os olhares estratégico e multitarefas nunca precisaram ser tão presentes, uma vez que, quando a gente começa a empreender, precisa se dedicar a muitas áreas diferentes e não apenas à operação do negócio. Sem dúvidas, isso é muito rico para a continuidade do nosso aprendizado e desenvolvimento.
DIÁRIO – Teve a influência de algum jornal ou jornalista na sua vida profissional?
Lá atrás, quando ainda nem havia começado a faculdade, me inspirava muito em alguns jornalistas de TV, que era o meu objetivo inicial na profissão. Figuras como Fátima Bernardes e William Bonner, por exemplo, me encantavam! Passado o tempo, me identifiquei com figuras mais despojadas e inovadoras e que parecem muito mais com meu estilo de ser, como é o caso do incrível – e que deixou saudades – Ricardo Boechat. Sua irreverência é única.
Pensando no mercado do turismo, peço licença para falar não apenas de jornalistas, mas de alguns profissionais que marcaram muito a minha carreira. O primeiro deles é o Artur Andrade, que junto à Fabiola Bemfeito e Isabel Reigada, me apresentou o turismo e o jornalismo de verdade. O Panrotas foi minha verdadeira faculdade. E, claro, isso só foi possível pela abertura proporcionada pela competente Marjori Schroeder, que conquista a todos com sua energia positiva e simpatia contagiante.
Minha segunda escola foi a Blue Tree Hotels, quando tive a oportunidade de trabalhar diretamente com Chieko Aoki (a Sra. Aoki). E como eu aprendi sobre gestão, cuidado com as pessoas, excelência no atendimento! De lá vieram algumas regras de ouro que carrego até hoje: ‘Prazo é prazo, Meta é meta’. Saí da empresa com uma visão estratégica muito mais forte e preparada para novos desafios. E, por último, outra experiência que me proporcionou um desenvolvimento incrível foi o Grupo Trend, quando foi possível trabalhar com Luis Paulo Luppa, o vendedor pitbull! Ali todos tinham sangue nos olhos para vendas, resultados. O Luppa é um empreendedor nato, determinado, perseverante e que costuma conseguir tudo que quer.
Juntar o conhecimento em comunicação, marketing e turismo à gentileza, cuidado com pessoas e gestão, tendo o foco em resultados, trouxe a fórmula que eu precisava para criar a Business Factory.
DIÁRIO – Teve algum fato marcante na sua carreira de jornalista do turismo e/ou alguma (s) matéria (s) que você gostaria de destacar?
A carreira de jornalista no turismo me proporcionou muitas experiências e influenciou diretamente a profissional que sou hoje. Foi durante o trabalho que realizei minha primeira viagem internacional. Também tive a oportunidade de entrevistar grandes executivos, ministros e presidentes de outros países. Essas experiências me ensinaram o quanto eu precisava me preparar para qualquer situação, entrevista ou reunião e, acima de tudo, que eu posso chegar aonde eu quiser, sempre com ética e com o cuidado com pessoas, claro! Isso sem mencionar que cada palavra é importante e uma palavrinha mal escrita pode gerar um grande transtorno para nós mesmos ou outras marcas e pessoas.
DIÁRIO – Como você vê o jornalismo do turismo e viagens hoje?
Estamos vivendo um momento de muitos desafios no nosso mercado e que vem atingindo, inclusive, o jornalismo do turismo e viagens. Apesar disso, é momento de trazer informações mais relevantes quando falamos com o trade e de ajudar as pessoas a continuarem a sonhar com a sua próxima viagem, no caso de quem escreve para o público final. Cada um com um papel extremamente importante no momento e com uma responsabilidade ainda maior do que no pré-pandemia.
Excelente jornalista