Presidente da ABAV São Paulo, executivo conversou com o Diário do Turismo sobre o caso Thomas Cook neste primeiro dia da feira
Entrevista: Paulo Atzingen
Texto (Zaqueu Rodrigues)
A notícia do fechamento da icônica operadora de turismo britânica Thomas Cook, anunciada nesta segunda-feira (23), caiu como uma bomba no mercado de turismo mundial. Mas final, o que levou ao fechamento da empresa após 178 anos e deixando mais de 600 mil turistas aos apuros?
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Neste primeiro dia da 47ª ABAV Expo Internacional de Turismo e 52º Encontro Braztoa, que acontece até sexta-feira (27) no Expo Center Norte, o Diário do Turismo conversou com o presidente da ABAV São Paulo Edmilson Romão sobre o caso Thomas Cook. O executivo aponta alguns caminhos que merecem reflexão na falência da gigante do setor.
Romão lembra que a Thomas Cook era uma das maiores agências do mundo, detinha um império de negócios que incluía desde o agenciamento até companhia aérea, aviões… “Eles fecharam porque começam a cultivar uma dívida de 1 bilhão de Libras sem ter como saudá-la. Na minha visão, eles não entenderam a necessidade de mudança do modelo”.
O executivo propõe um paralelo para ajudar a entender o caso Thomas Cook. “Alguém acha que a CVC vai mal das pernas? Não, muito pelo contrário, porque é uma empresa com ações na bolsa e você sabe o resultado dela trimestralmente. Ela é uma empresa que conseguiu se adaptar às mudanças tecnológicas e culturais que temos enfrentado nos últimos 20,30 anos. Já a Thomas Cook parou no tempo. A operadora foi consumida pela pequena labareda que não conseguiu apagar”, pontua.
Em síntese, ressalta Romão, a raiz da falência da Thomas Cook encontra-se na gestão administrativa. “Quando você entra num problema desse é areia movediça. Quando mais se move, mais afunda. Se você não consegue colocar as contas em dia, não dá para você levantar a cabeça e dizer vamos inovar. Não dá”.
A 47ª ABAV e 52º Braztoa acontece de 25 a 27 de setembro no Expo Center Norte, das 12h às 20h