Turismo de Experiência Rural deve ser entendido como negócio

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por Patrícia de Campos*


Turismo Rural no Brasil é um amplo mercado ainda a ser explorado. Países da Europa já trabalham com esse segmento há muitos anos, recebendo anualmente milhares de turistas que querem vivenciar a vida longe da vida urbana e, agora, países da América Latina já lançam destinos com sucesso.

Todos os anos um considerável número de brasileiros saem do nosso país para participar de vindimas, festivais de música country, conhecer o processo de fabricação de produtos rurais onde a natureza e a vida explodem sobre a superfície.

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A concepção do negócio “Turismo Rural” surge no Brasil em 1986, na região de Lages, Santa Catarina, com a visitação aos espaços rurais, mas caminhou muito lentamente depois disso, passando a ser visto inclusive como uma atividade de complementação de renda do homem do campo, tanto que durante alguns anos era assunto da pasta do Ministério da Agricultura.

Nos anos 90 os destinos rurais ganharam foco junto aos sistemas educacionais onde alunos de escolas urbanas passaram a fazer visitas para conhecer animais e manejos que se tornaram totalmente distantes de suas realidades. Naquela década surgem os hotéis fazenda oferecendo grandes estruturas em uma tentativa meio glamourizada de se aproximar da vida original no campo.

Com o “boom” do empreendedorismo no Brasil, as áreas rurais passaram a ser também cenário de capacitações empreendedoras e com isso quase tudo que não está na área urbana passa a ser erroneamente entendido como Turismo Rural:  da dona Maria que faz bolachinhas de araruta à gigantesca plantação de soja; porém não é essa a leitura do “trade” do turismo, que tem buscado destinos de qualidade para oferecer ao seus clientes e principalmente para divulgar esse segmento tão rico e atrativo fora do país.

A falta de qualidade dos serviços e o não investimento em melhorias e em marketing fazem com que continuemos tendo poucas opções reais a oferecer destinos de qualidade.

Enquanto o Turismo Rural não for entendido como um negócio e não apenas como complementação de renda de produtores rurais, o Brasil continuará perdendo espaço junto ao mercado de turismo nacional e internacional.
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