A história do turista alemão de 35 anos que está a vagar no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, no bairro da Imbiribeira, há três meses, comoveu moradores da Região Metropolitana do Recife. Algumas pessoas se comunicaram com o Diário para ofertar ajuda a E.H..
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Outras, buscaram o aeroporto com a mesma intenção. Ontem, uma equipe do Consulado Geral da Alemanha no Recife esteve no local onde o turista costuma ficar para conversar com ele e prestar assistência. A ideia é conseguir um retorno dele para o país de origem. A expectativa é de encerrar o caso na próxima semana.
Segundo a assessoria de imprensa do consulado, E. diz que deseja ficar no aeroporto e, no último encontro, não tinha mudado de ideia. O problema é que ele não parece estar bem de saúde, segundo testemunham os próprios trabalhadores do entorno que convivem com ele nos últimos meses.
O alemão costuma usar uma calça preta social arregaçada na altura do joelho, a mesma de três meses atrás, e uma camisa azul social, que ganhou há pouco tempo para substituir uma vermelha, que já estava muito usada. Além disso, costuma andar descalço e dorme no estacionamento do aeroporto. Ele teria perdido celular e dinheiro ao longo desse tempo.
Funcionários do aeroporto contam que no dia do embarque ele teve uma crise e terminou sem viajar. A informação não é confirmada pelo consulado. Com a atual situação dos aeroportos em meio à pandemia do novo coronavírus, o obstáculo para E. voltar para casa é ainda maior. Caso o consulado consiga um voo, ele teria que ir para São Paulo para seguir para Frankfurt.
E. teria parentes na Alemanha, dois avós, com mais de 70 anos que estão preocupados com ele. Segundo informações de uma instituição da Alemanha, ele tem acompanhamento médico naquele país.
Um casal, ele alemão e ela brasileira, procurou o Diario para oferecer ajuda. Eles moram em Jaboatão dos Guararapes. Uma outra leitora também disse que sabia falar alemão e estava disponível para qualquer ajuda. Nas redes sociais do Diario, a história de E. comoveu milhares de pessoas.
Os taxistas do aeroporto costumam ajudar E. com refeições. O Consulado Geral da Alemanha no Recife informou que já acompanhava o caso do turista e tem feito contato com pessoas e órgãos daquele país. Se o alemão deseja permanecer, o órgão consular informou que não pode interferir, ou seja, não pode obrigá-lo a voltar ao país de origem contra a vontade dele.
A delegada da Polícia Federal, Luciana Martorelli, chefe da Imigração, disse que, se o alemão está no país legalmente, seja na condição de turista ou porque a permanência dele foi deferida por ter filho ou companheira na região, por exemplo, ele tem o direito de permanecer. “Se ele está legalizado, vagar não é crime. Se ele tem algum desequilíbrio mental, trata-se de um caso de atendimento de saúde e não de polícia.”
A delegada disse, ainda, que se o alemão está irregular no país, ele deve ser notificado para deixar o Brasil. Nesse caso, depois de notificado, tem 60 dias para se defender. Após o prazo, ele pode ser deportado compulsoriamente. A delegada disse que não pode informar se E.H. foi notificado pela PF.