Uma análise sobre o trabalho voluntário nas Olimpíadas

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por Bayard Boiteux*

Uma de minhas atividades nas Olimpíadas  foi buscar entender melhor o trabalho de voluntários estrangeiros. Devo confessar que fiquei surpreso. O que leva uma pessoa a pagar um bilhete aéreo e muitas vezes hospedagem para trabalhar,no verdadeiro sentido da palavra, sem ganhar nada? Vamos a algumas vivências e considerações:

Acompanhei a ida de um voluntário norte-americano ao setor de credenciamento e retirada de uniformes. Minha primeira surpresa, a pessoa que o atendeu no credenciamento não falava inglês e tive que traduzir. Posteriormente, na outra sala onde eram entregues as credenciais, o voluntário que nos atendeu dominava apenas o português. Embora não tenha entrada com o mesmo no setor de uniformes, o voluntário estrangeiro me relatou da dificuldade que teve novamente pelo não domínio do inglês por parte daqueles que o atendiam.

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Soube que quando o voluntário deseja uma boa colocação, deve participar previamente dos pre-eventos. Nosso voluntário, embora o desejasse, não conseguiu em função da burocracia do Consulado brasileiro, e exigia uma carta formal, dos organizadores para conceder um visto de trabalho, segundo me disse nosso personagem. Não aceitaram as trocas e e-mails ….

Nosso voluntário, embora o desejasse, não conseguiu em função da burocracia do Consulado brasileiro, e exigia uma carta formal, dos organizadores para conceder um visto de trabalho

Quando você chega no meio do evento, a situação ainda é mais difícil – embora já recebam previamente a escala de trabalho, devem se dirigir a um supervisor na chegada. O mesmo  não falava inglês e não pode explicar exatamente as funções que deveriam ser exercidas. Duro, não é mesmo? No entanto, já habituado a outras Olimpíadas, nosso personagem conseguiu trabalhar.

São cinco horas aproximadamente por dia, com um intervalo de quinze minutos. Podem almoçar ou jantar e a qualidade das refeições é excelente. São oferecidos salgadinhos e refrigerantes nos intervalos. É bom lembrar que não podem sair do local para onde foram designados e ficam algumas horas em pé, sem ter o que fazer, esperando as competições. Tal a falta de gente que fale inglês, que ele usa pela primeira vez nas quatro Olimpíadas que participou a informação :”I speaK English “, na credencial.

O bom, segundo ele, é o dia livre que tem, a possibilidade de encontrar pessoas do mundo inteiro, de conversar e interagir, falar com atletas importantes e seus treinadores, conhecer uma cidade no tempo livre já que recebem um Riocard de transporte,´pelo que entendi, para quatro viagens diárias.

Pessoal, foi muito bom acompanhar a vida do voluntario e espero que possam aprender um pouco mais com meu post e os organizadores aprimorarem seus procedimentos…

*Bayard Boiteux é vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ

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