O chefe de política externa da União Europeia pediu nesta quarta-feira (31) às nações europeias que resolvam suas diferenças na restrição das viagens aos cidadãos russos, dizendo que a Europa deve permanecer unida em relação a Moscou seis meses após a invasão da Ucrânia.
Josep Borrell fez seu aviso enquanto os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reuniam em Praga para um segundo dia de conversações, onde se esperava que eles concordassem, em princípio, em suspender um acordo de facilitação de vistos com a Rússia.
Essa proposta faria com que os russos esperassem mais e pagassem mais pelos vistos de viagem aos países da UE.
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Mas os 27 Estados-membros estavam divididos sobre se deveriam ir mais longe e impor uma proibição abrangente do turismo, apesar dos repetidos apelos da Ucrânia para fazer os russos comuns pagarem pela invasão.
Alguns Estados da UE já restringiram a entrada de russos. Os países orientais e nórdicos estão pressionando por uma proibição total, enquanto a Alemanha e a França advertiram aos seus pares que seria contraproducente.
“Teremos que chegar a um acordo e uma decisão política”, disse Borrell a repórteres em Praga. “Não podemos nos dar ao luxo de parecer desunidos em uma coisa tão importante.”
ESTADOS ORIENTAIS PODEM IMPOR PROIBIÇÃO
Alguns Estados orientais disseram que avançarão com a proibição de vistos se não houver acordo com a UE.
Uma proibição total enviaria “uma mensagem muito clara aos cidadãos russos de que, enquanto os cidadãos ucranianos estão morrendo, eles não são bem-vindos para vir à Europa”, disse o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics.
Estônia, Finlândia, Lituânia, Letônia e Polônia convocaram uma declaração conjunta para medidas em toda a UE para “diminuir decisivamente o fluxo de cidadãos russos para a União Europeia”, informou o Financial Times.
“Até que tais medidas estejam em vigor no nível da UE, consideraremos estabelecer medidas temporárias em nível nacional”, disse o jornal.
Mais de um milhão de cidadãos russos entraram no bloco através de pontos de passagem de fronteira terrestres desde o início da invasão russa da Ucrânia, a maioria deles via Finlândia e Estônia, informou a agência fronteiriça do bloco Frontex.
Reuters com Edição do DIÁRIO