United tenta atrair viajante com comida quente

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Para conquistar os corações dos que viajam a negócios frequentemente, a United Airlines está apelando para seus estômagos.

A companhia aérea vem tentando recuperar alguns de seus grandes clientes, que a trocaram por concorrentes depois de sua fusão com a Continental Airlines. na última sexta-feira (22), anunciou que vai ampliar as opções de comida da primeira classe e substituir os lanches por refeições completas em alguns voos de duração mais curta.

As mudanças significam que no lugar de batatas fritas, biscoitos de chocolate e bananas, os passageiros dos voos que cobrem pelo menos 800 milhas (1.280 quilômetros) receberão refeições como focaccia recheada com frango, mussarela e tomate, e peru e queijo suíço na baguete de amora. Hoje, as refeições são servidas só nos voos de 900 milhas (1.440 quilômetros) ou mais – viagens que geralmente duram perto de duas horas.

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Os passageiros de 106 voos diários extras – espalhados por 13 rotas como Houston-Des Moines – receberão refeições completas a partir de fevereiro.

A iniciativa surge no momento em que a American Airlines toma o caminho oposto, eliminando as refeições quentes na maioria dos voos com mesmo de mil milhas (1.600 quilômetros) a partir de 1º de setembro. A mudança, que irritou muitos usuários frequentes, é parte da fusão da American com a US Airways e expande as refeições para alguns voos da US Airways que anteriormente serviam apenas lanches. A Delta Air Lines serve refeições na primeira classe nos voos de mais de 900 milhas.

Isso significa que a United vai oferecer refeições completas em um número maior de voos curtos que suas concorrentes, embora cada companhia faça exceções em algumas rotas de negócios como a viagem de 731 milhas entre Nova York e Chicago.

A United já substituiu neste mês duas opções de saladas sem graça por opções mais consistentes. A partir de 1º de setembro, três sanduíches serão substituídos por oito opções feitas diariamente. No quarto trimestre, acrescentará o espumante Prosecco em sua carta de bebidas.

"Os clientes não deveriam fazer sacrifícios só porque estão a bordo de um avião", diz Todd Traynor-Corey, diretor-gerente de elaboração de alimentos da companhia. Isso pode ser verdade, mas num setor conhecido por suas margens de lucro pequenas, a comida sempre foi alvo de corte de custos. Com as companhias aéreas americanas transportando a cada ano 645 milhões de passageiros em voos domésticos, cada pequena decisão envolvendo a alimentação tem grandes implicações. Na década de 80, o então executivo-chefe da American Airlines Robert Crandall decidiu – numa medida que ficou famosa – remover as azeitonas das saladas servidas. O raciocínio foi que os passageiros não perceberiam e a American economizaria US$ 40 mil por ano.

Já faz uma década que a maior parte das companhias aéreas parou de servir refeições gratuitas em voos domésticos. Dennis Cary, um consultor especializado em transporte aéreo da ICF International, diz que, sozinhas, as refeições não fazem os passageiros mudar de uma empresa para outra, mas elas podem ajudar a deixar um impressão melhor a respeito de um voo.

A United vem enfrentando dificuldades desde sua fusão com a Continental em 2010. Está atrás da American e da Delta no número de aviões com Wi-Fi, seu desempenho na pontualidade piorou e uma série de falhas de computador vêm deixando os passageiros irritados. Os viajantes a negócios estão sem paciência com a repetição dos problemas. Assim, outras companhias estão conseguindo atrair parte desses descontentes.

O diretor-presidente Jeff Smisek vem se esforçando para cobrar dos viajantes a negócios os mesmos preços mais caros que outras companhias aéreas cobram, o que está provocando pressões dos analistas de Wall Street. Melhorar a comida poderá ser o começo da reconquista de alguns passageiros.

Uma refeição quente em um voo de duas horas não parece ser uma necessidade, mas para os ocupados viajantes a negócios, ela pode ser sua única chance de forrar o estômago. "Os viajantes que saem correndo de uma reunião para um voo, não têm tempo de fazer uma pausa para comer no meio do caminho", diz Gary Leff, cofundador do MilePoint, site de discussões para pessoas que viajam muito.

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