Veneza, a cidade italiana construída sobre mais de 100 ilhas, atrai milhões de visitantes todos os anos com seus canais perfeitos, arquitetura impressionante e obras de arte de valor inestimável. Em breve, alguns desses viajantes terão de pagar uma taxa de entrada como parte de um esforço da cidade para combater outra coisa pela qual ela é conhecida: o turismo excessivo.
Por Jennifer Calfas, Dow Jones Newswires
As autoridades municipais estão avançando com um plano para cobrar 5 euros (US$ 5,40) dos turistas que ficam apenas um dia na cidade, em determinados dias a partir de 2024.
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A política, ainda em discussão, é o mais recente esforço de cidades e líderes da Europa e outras partes do mundo, para lidar com as multidões de visitantes verificadas depois da pandemia de covid-19 e com uma série recente de comportamentos inadequados de turistas em destinos populares ao redor do mundo.
Nesta semana, as autoridades de Atenas começaram a impor novos limites de visitantes à Acrópolis, uma política que segundo o Ministério da Cultura da Grécia também irá distribuir o número de turistas durante o dia e evitar aglomerações na entrada do antigo sítio arqueológico.
Amsterdã lançou uma campanha pedindo aos turistas interessados em festejar na capital holandesa que “fiquem longe”. O governo francês anunciou uma nova estratégia para combater o turismo excessivo e está encorajando os turistas a viajarem para regiões menos populares do país. E cidades do Alasca e do Maine estão limitando os números de passageiros de navios de cruzeiro que as visitam todos os dias.
A taxa cobrada dos excursionistas entrará em vigor nos dias mais movimentados da primavera e verão [segundo e terceiro trimestres no Hemisfério Norte], segundo a prefeitura de Veneza.
Ela se aplicará apenas às pessoas com mais de 14 anos que visitam a cidade em passeios de um dia. Não será aplicada aos turistas que permanecerem mais de um dia e aos moradores da cidade e da região, entre outras exceções.
“O turismo excessivo não desaparecerá com o apertar de um botão; é um processo longo”, diz Simone Venturini, vice-prefeito para o bem-estar social, turismo e desenvolvimento econômico de Veneza.
A Unesco, agência cultural da Organização das Nações Unidas (ONU), recomendou que Veneza e sua lagoa sejam adicionadas à Lista do Patrimônio Mundial em Perigo, por causa dos efeitos das mudanças climáticas e do turismo em massa.