Vinícius Lummertz, presidente do conselho do Grupo Wish Hotéis, fez uma palestra no evento Lide Brazil Conference Milan, na Itália, na última sexta-feira (8). Mais uma vez ele reforça a falta de uma política para o setor de turismo e a ausência de conectividade global.
Por Estela Benetti, com Edição do DIÁRIO
A força do turismo na economia e oportunidades para o Brasil foram os principais focos da palestra do ex-ministro do Turismo e atual presidente do conselho do Grupo Wish Hotéis, Vinícius Lummertz, no evento Lide Brazil Conference Milan, na Itália, na última sexta-feira (8). Segundo ele, o país tem o maior potencial de desenvolvimento do turismo na natureza, mas o setor ainda não é prioridade política. As informações são da jornalista Estela Benetti, da NSC Total, de Santa Catarina.
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“Este país que é o maior potencial natural para o desenvolvimento do turismo no Planeta, segundo o Fórum Econômico Mundial, um dos 10 potenciais culturais do Planeta segundo essas próprias instituições ainda tem um dos piores ambientes de negócios. Mas nós já mostramos capacidade de organização e nós podemos ter mais uma oportunidade importante agora com a COP 30”, afirmou Lummertz para plateia de mais de 100 empresários do Brasil e da Europa.
Para ele, um dos obstáculos no país é a falta de uma politica para o setor que inclui falta de crédito. Na palestra, ele citou como exemplo de disparidade o Fungetur (Fundo Geral de Turismo) para financiar o setor, que conta com apenas R$ 1 bilhão de verba anual enquanto o Plano Safra, para a agricultura, conta com R$ 300 bilhões a R$ 400 bilhões anuais.
Números
Conforme Lummertz, o turismo no Brasil atualmente movimenta cerca de 121 bilhões de euros, gera 7,7 milhões de empregos e responde por 7,3% da economia (PIB). Mas tem potencial para chegar em 2035 com uma receita de 223 bilhões de euros, 11 milhões de empregos e responder por 9,3% da economia.
Como estava falando da Itália, ele citou que a economia italiana obtém com turismo 195 bilhões de euros, gera 2,8 milhões de empregos e que o setor responde por 10,0% da economia. Quanto ao mercado de trabalho global, um de cada três novos empregos será ligado ao turismo até 2023.
Ainda em sua palestra, Lummertz acrescentou que os destinos turísticos internacionais pelo menos três se destacam como novas referências. “Um é Portugal, que promoveu uma modernização e se posicinou como destino “cool”, a Turquia que fez novos hotéis e promoveu a aproximação de culturas, e a Tailândia que atrai chineses com hotelaria de alto padrão.
Em síntese
Na avaliação do ex-ministro, o Brasil tem duas vantagens comparativas globais, o turismo e o agronegócios. Ele concluiu a palestra sugerindo aos setores público e privado do país que acelerem a transição para o turismo globalizado, promovendo o acesso ao conhecimento, fortalecendo o mercado interno e fazendo conexões com cadeias produtivas globais.