A empresa espacial Virgin Galactic de Richard Branson promete um voo turístico sub-orbital por mês, apesar das críticas ao impacto ambiental.
Agências Internacionais com edição do DIÁRIO
“Foi sem dúvida o dia mais emocionante da minha vida!” Declarou, quinta-feira à noite, o britânico Jon Goodwin, de 80 anos, no final do seu voo sub-orbital para as fronteiras do espaço, a bordo da nave VSSUnity da Virgin Galactic. O medalhista olímpico de canoagem-caiaque em 1972, que tem doença de Parkinson, foi acompanhado por outros dois turistas espaciais – Keisha Schahaff, 46, treinadora de saúde, e sua filha, Anastatia Mayers, 18 – e um funcionário da Virgin Galactic, além de dois pilotos.
A missão, batizada de Galactic 02, decolou sem problemas. Um avião porta-aviões, o VSSEve, decolou da pista do Spaceport America, no Novo México, e então lançou a espaçonave, que se impulsionou verticalmente, a pouco mais de 80 km da Terra. Destaque do espetáculo: alguns minutos em ausência de gravidade para admirar a curvatura do planeta azul no fundo preto do espaço, antes de descer.
Criada em 2004 por Richard Branson, a Virgin Galactic trabalhou muito para concretizar essa missão, a primeira 100% comercial desde julho de 2021. Há dois anos, no final da missão Galactic 01 da qual Richard Branson participou, a Agência Federal de Segurança da Aviação dos EUA (FAA) vetou o sistema de voo. Isso, para investigar um desvio da trajetória de voo, que poderia ter sido catastrófico. A Virgin Galactic então se propôs a melhorar o sistema de voo. Uma pausa que atrasou ainda mais a concretização de uma promessa feita há vinte anos de realizar vários voos turísticos por ano. Desde o início, a segurança de voo tem sido questionada. Em 2014, um voo de teste resultou tragicamente na morte de um piloto. Outros incidentes pontuaram regularmente as campanhas de teste.
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A Virgin Galactic, cujas contas são deficitárias há anos, anunciou em meados de 2022 a mudança de seu fornecedor de aeronaves porta-aviões, em favor da Aurora Flight Sciences, uma subsidiária da Boeing. A aeronave, colocada em serviço a partir de 2025, sucederá as fornecidas pela Scaled Composites. “Eles serão mais fáceis de manter e permitirão que mais missões sejam realizadas a cada ano”, diz Michael Colglazier, CEO da Virgin Galactic. O objetivo é fazer 400 voos por ano.
A empresa conseguiu levantar US$ 300 milhões na bolsa desde janeiro de 2023. Em maio, realizou um último voo de teste e teve sucesso em uma primeira missão, comprada pelo Ministério da Defesa italiano, no final de junho. Trata-se de realizar testes científicos na ausência de gravidade.
O sucesso de Galactic 02 permite que a Virgin Galactic lance uma segunda arrecadação de fundos de 400 milhões até o final de 2023. E também dará início à sua atividade turística, com um voo por mês, estando o próximo previsto para setembro. Os clientes esperam há anos: 700 ingressos já foram comprados por R$ 250 mil, e ainda nenhum ingresso por R$ 100 mil, valor que foi elevado neste ano. Uma tarifa proibitiva para o público em geral, apesar da ambição de democratização de viagens ao espaço demonstrada pela sociedade em geral.