Durante a Convenção Schultz que aconteceu em Curitiba na semana passada, a diretora da operadora, Ana Santana explicou aos agentes de viagens porque a Schultz tem saúde financeira
Uma boa gestão contábil e financeira são a chave do sucesso de uma empresa, principalmente no setor de turismo. No caso das operadoras de turismo, no entanto, isso pode afetar diretamente os consumidores finais, por conta das caixas-pretas que escondem os preços muito baixos e as grandes promoções. Na contramão do que se vê por aí, a diretora-geral das empresas Schultz, Ana Santana, abordou o delicado tema durante a XVII Convenção da operadora, que aconteceu em Curitiba, no Paraná, na semana passada.
Em sua fala, ela repassou processos internos, lembrando do impacto de comissionamento antecipado, tributação, pagamento em cartão de crédito, hedge cambial e parcelamento para justificar algumas decisões.E explicou de forma bem suscinta, como é feita essa conta, a partir do mark-up – índice que basicamente representa a diferença de custo entre o preço de venda e o preço de custo de um produto ou mercadoria. “Nós sabemos que o markup do turismo é na faixa de 20% a 25%. A agência tem de 12 a 15%, dependendo da produção. Quanto sobra? Aproximadamente 10%. Vamos considerar mais ou menos 4% de custo de cartão de crédito, isso sem considerar o custo do dinheiro, pois com as taxas de juros atuais, o dinheiro está bem “caro”. Sobram aproximadamente 6% bruto. Lembrando que os benefícios do PERSE finalizam em 31.de março e portanto, a partir de 1º de abril, voltamos a pagar 17,5% de impostos do lucro presumido, onde estamos enquadrados, sobre a nossa margem”, disse.
E detalhou a conta: 25% do mark-up do turismo, menos os 12 ou 15% da agência. Ficam de 10 a 12%. Sobre esse percentual, temos ainda os 4% do cartão, os impostos que representam em média 2% da venda. Com o que sobra, temos que pagar os nossos colaboradores, estrutura, materiais, etc. A margem da operadora é muito pequena. Somos atacadistas, ganhamos no volume, mas uma margem bem pequena. Então quando vocês vão lá e apertam demais o operador, uma hora ele pode espanar”.
Ana também reforçou a transparência da Schultz em relação à saúde financeira das empresas, com dados públicos e disponíveis para consulta, há 10 anos, por meio de um portal dedicado, chamado Portal da Transparência.
“Quando uma empresa começa a ter problemas, as primeiras coisas que ela deixa de pagar são os impostos. Então isso, para nós, é um termômetro muito importante. Então, conforme nosso compromisso de transparência com o trade, temos sempre as nossas certidões negativas no nosso site.

Ainda de acordo com Ana, essas certidões negativas são periodicamente renovadas. E os contadores também consultam periodicamente o SERASA das empresas Schultz e da direção e também disponibilizam no Portal.
“Todos os nossos documentos são cuidados por nossa equipe, os nossos contadores consultam periodicamente, inclusive as nossas certidões. Esses documentos só dão credibilidade pra nós. E segurança pra vocês, que é muito importante”, siantetiza.