ABIH-MG registra fechamento e paralisação de hotéis em Minas Gerais. Em BH 11 suspendem atividades

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  • Até o momento, em Belo Horizonte11 hotéis suspenderam suas atividades e dois paralisam nos próximos 15 dias; 30% dos funcionários do setor já foram desligados. A estimativa é de três mil empregos comprometidos e, após 20 de abril, mais cinco mil;
  • Presidente da Associação afirma que cenário crítico dos hotéis se deve a demora na tomada de decisões pelo governo; a expectativa é que no dia 1º de abril mais 20 empreendimentos finalizem suas atividades. 
  • Proprietários de hotéis e pousadas falam do cenário de apreensão e incertezas

AGÊNCIAS COM EDIÇÃO DO DIÁRIO

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH-MG) está preocupada com os impactos severos da pandemia do Covid-19 na rede hoteleira do estado. A Associação já registra o fechamento e a paralisação de hotéis e pousadas em várias cidades mineiras e o desligamento de 30% dos funcionários do setor – uma estimativa de três mil empregos comprometidos e, depois do dia 20 de abril, serão mais cinco mil – mostrando que a hotelaria está isolada pelo governo nesse cenário desolador, como afirma o presidente da ABIH-MG, Guilherme Sanson. A pandemia continua gerando impactos diretos em todo setor de Turismo, sendo que, no caso dos hotéis, já foi registrado o cancelamento de mais de 70% das reservas. Em Belo Horizonte e região, já anunciaram o fechamento das atividades os hotéis Fasano, BHB, Quality Pampulha, Classic, BH Plaza, Bristol Merit, ESuites Lagoa dos Ingleses, San Diego Barro Preto, Intercity BH Expo, Boulevard Express e Boulevard Park. A previsão é que no dia primeiro de abril, mais 20 empreendimentos finalizem suas atividades. Alguns hotéis como o OYO Amazonas Palace e o BH Boutique Hostel vão paralisar as atividades pelos próximos 15 dias. Para Sanson, o cenário de fechamento e paralisação dos hotéis só pode ser revertido com a tomada de decisões mais rápida do governo, como a isenção do IPTU e ICMS e a redução do ISS, enquanto durar a pandemia do Coronavírus.

Mesmo com o posicionamento ativo da ABIH-MG para manter o diálogo com o governo, os pleitos da hotelaria, diante do que se tem visto, ainda precisam ser concretizados. “Acredito que muitos trabalhadores perderão seus empregos, muitos hotéis estão fechando ou irão fechar com a demora nas definições do governo, ainda que elas sejam difíceis, pois envolvem a parte econômica e financeira. O governo está contando com uma receita que não vai existir e as consequências serão mais trabalhadores afetados, assim como toda a cadeia do Turismo e isso tende a se avolumar cada vez mais”, adverte Sanson. Além disso, o presidente da ABIH-MG acredita ainda que, no caso desse setor especificamente, que vem sendo mais penalizado, será necessária a suspensão dos contratos de trabalho para dar fôlego ao empresariado. Com isso, os funcionários que forem suspensos ou que tiverem seus direitos trabalhistas revogados neste momento, continuarão com a garantia dos empregos após a pandemia. Sanson destaca que isso impactará diretamente na sustentabilidade, saúde e no planejamento de investidores, hoteleiros e empreendedores.

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Muitas incertezas

Hotéis e pousadas associados à ABIH-MG estão sentindo de forma avassaladora os impactos da pandemia do Covid-19, que envolve a proibição de eventos, viagens e a realização de quarentenas, o que vem impactando as cidades de formas diferentes. Maria do Carmo Janot Vilhena, proprietária da Pousada Villa Allegra, em Tiradentes, disse que, diante do cenário de pandemia, a Associação Empresarial em Tiradentes apoiou a decisão da maioria das entidades e pediu ao prefeito o “fechamento” da cidade. “O prazo, por enquanto, é de 15 dias, mas pode se estender. Estamos, todos, frente a ‘uma escolha de Sofia’. De qualquer lado em que nos posicionarmos o sofrimento virá. De toda forma, estamos sujeitos a liberação da prefeitura”, lamenta.

Joice Furtado, sócia e proprietária da Pousada Sossego da Pampulha, em Belo Horizonte, disse que os funcionários irão entrar em férias coletivas a partir do dia 27/03, com o planejamento de reabrir em 26/04. “As atividades foram paralisadas desde segunda, 23, e estes quatro dias estão sendo considerados como afastamento remunerado, para serem compensados. O impacto será imenso sobre as empresas como a nossa. O hotel está fechado e sem receitas e há uma grande preocupação para quitar todas as despesas fixas, sem falar dos salários dos funcionários. Após o lockdown, a economia demorará a reagir, considerando que já estava bem fragilizada antes da pandemia. Sobre IPTU, que é altíssimo em Belo Horizonte, tem sido cogitado postergar o pagamento, seria possível uma renúncia da PBH durante este período, bem como os impostos federais”?, pergunta a empresária. Ela argumenta que o mais importante é manter as empresas atuantes para continuar gerando impostos e preservando empregos.

Farley Aquino Rodrigues Alves, diretor do Dubai Suítes, em Montes Claros, diz que a prefeitura decretou que desde o dia 23/03 todos os hotéis estão proibidos de fazer novos check-in até 14/04, de forma que todos os empreendimentos estão com as atividades suspensas e o descumprimento leva a multa e cassação do alvará de funcionamento. “Acredito que assim como nós, ninguém sabe qual caminho seguir devido às várias especulações e, nesse caso, estamos seguindo as orientações do município. A partir de abril, vamos manter uma equipe mínima para fazer a manutenção do hotel, e diariamente buscar entender como as coisas vão se acomodando para novas decisões”, enfatiza.

Já Rosana de Jesus Ferraz, proprietária do Hotel Ferraz, em Pouso Alegre e representante de hotelaria independente do Sul de Minas na ABIH-MG, informa que está com os hotéis abertos, porque não foi colocado nenhum decreto pela prefeitura. Alguns hotéis fecharam por conta própria e o Ferraz ainda está aberto porque possui 30% de ocupação com mensalistas e demanda alta de reservas por profissionais da saúde e pessoas que estão em quarentena distante do ambiente familiar. O Hotel Ferraz possui uma unidade em Cambuí que está fechada e “o clima é de bastante ansiedade, assim com em todo o Brasil e também no mundo”, ressalta Rosana. Ela acrescenta: “Temos fé de que tudo vai passar, mas estamos muito assustados, pois conseguimos manter esse formato de 30% por um mês, mas as coisas estão ficando esquisitas. Todos os cuidados devidos estão sendo tomados com hóspedes e trabalhadores. A equipe foi reduzida, sendo que 20% dos funcionários estão em casa em férias ou banco de horas”, diz.

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