O presidente Dilson Jatahy abdica do cargo sem concorrer à reeleição por ter projetos empresariais em curso (Publicado em 17 de novembro)
Por Paulo Atzingen (de Goiânia)
Em noite memorável no Castro’s Park Hotel em Goiânia, a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) comemorou seu 81º aniversário realizando um evento que também serviu para marcar a transição do cargo do presidente Dilson Jatahy, que esteve à frente da entidade no biênio 2016-2017, e o novo presidente Manoel Linhares, que toma posse no próximo dia 1º de janeiro. A noite foi de discursos breves, concisos e pertinentes, apresentação musical em viola tropeira, balé, homenagens e confraternização entre convidados, representantes das ABIHs estaduais, jornalistas, hoteleiros e fornecedores.
Do pouso à Associação
A presidente da ABIH de Goiás, Vanessa Pires Moraes, fez uma breve abertura trazendo a lume uma retrospectiva da história da hospitalidade e das primeiras estalagens, no tempo do pouso dos tropeiros, até a criação da ABIH Goiás, em 1986. “Estamos muito contentes mesmo diante da crise, das concorrências sem regulamentação, de sermos parte ativa na economia do Brasil”, disse. E aproveitou para lembrar que em 2019 o Congresso Nacional de Hotelaria acontecerá em Goiânia. A entidade comemorou nesta data 31 anos de trabalho em prol da hotelaria de Goiás.
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Precisamos do Turismo como precisamos de ar
O presidente Dilson Jatahy, que abdica do cargo sem concorrer à reeleição por ter projetos empresariais em curso, em sua fala foi conciso e objetivo: “Deixo a ABIH com o dever cumprido e sabendo que a luta é árdua: ser hoteleiro é investir e correr riscos, pagar impostos e não ver retornos, criar empregos e não ser valorizado por isso”, disse. “Nós precisamos do turismo, como precisamos de ar”, afirmou o hoteleiro deixando implícito a grave recessão econômica. “É uma entidade com condições de marcar sua posição no panorama nacionao do turismo pois é um dos setores que mais contrata e emprega na economia das viagens, lazer e turismo”, ensinou.
Dinheiro não, credibilidade
Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO, Jatahy afirmou que deixa sua entidade com o caixa no azul. “Deixamos a entidade de forma muito confortável, mas isso é coisa elementar, básica, uma entidade não precisa de dinheiro, mas sim de credibilidade para que possa fazer os projetos, desenvolver suas ações em prol da categoria. Excessos de verba e preocupação com o dinheiro cria confusão e desvia o foco dos compromissos constitucionais. Estamos em uma condição financeira muito melhor do que a recebemos”, sintetizou.
No rol de reivindicações para o setor, Jatahy não deixou de citar os entraves que dificultam o desenvolvimento da hotelaria, entre eles a carga tributária, a concorrência desleal sem tributação (leia-se o airbnb), e a própria falta de simetria na cobrança de tarifas impostas pelo governo (não descreveu quais tarifas são essas). “Tivemos brigas homéricas com as OTAs (agências online) que quiseram subir as taxas de comissão de forma indiscriminada, nos posicionamos e regularizamos o abuso”, afirmou ao DT.
Bandeira
Jatahy ainda acrescentou que sua principal bandeira foi o posicionamento contra a falta de taxação das plataformas digitais. Deixou claro que não é contra, mas a favor de regulamentação do aplicativo. “Como empresário que sou, vejo a entidade como instrumento de defesa do setor. Essa questão das plataformas digitais informais, foi a nossa maior bandeira. O que nós queremos não é proteção, queremos respeito, e condições de concorrer no mercado, inclusive no mercado internacional”, arrematou.
A noite teve o toque sutil do cerrado goiano com a apresentação de expressões artísticas como balé e a dupla de violeiros Marcus Bian e Jairo Reis que acrescentaram ainda mais originalidade ao evento.
*Paulo Atzingen viajou de Avianca com seguro GTA