“Sentinela de Pedra” é o significado de seu nome na língua dos povos nativos, o quechua. Com seu pico eternamente coberto de neve e suas imensas geleiras, o Aconcágua é conhecido como a maior montanha da América do Sul — mas esse título é pouco para definir sua estatura.
por Ernesto Bernardes com EDIÇÃO DO DIÁRIO
Na verdade trata-se da maior montanha das Américas. A maior do hemisfério. A maior do Ocidente. E, quando se faz as contas, descobre-se que, do alto de seus 6.961 metros de altitude, é nada mais nada menos que o pico mais alto do mundo fora do Himalaia. Com tamanha imponência e beleza, é até curioso que muitos brasileiros não saibam que podem visitar o Parque Provincial de Aconcágua, em Mendoza, na Argentina, depois de partir de uma simples conexão em Buenos Aires — ou de um vôo direto saindo de São Paulo.
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20% alcançam o cume
O gigante fica a 180 km de Mendoza, a capital dos amantes do vinho. Quem fica hospedado ali pode escolher entre diversas opções para conhecer a Sentinela de Pedra. Existem passeios que saem de manhã e voltam à noite, para quem quer apreciar a beleza, tirar muitas fotos aos pés do gigante e respirar o ar das montanhas. E, para os mais aventureiros, com alguma experiência em alpinismo, é possível até entrar em uma excursão de escalada, que pode levar de 17 a 21 dias. Antes da pandemia, cerca de 5 mil pessoas por ano se aventuravam a tentar subir o Aconcágua, e desse total cerca de 20% alcançam o cume.
Para viajantes que são mais fãs de paisagens que de aventuras, não é necessário escalar o Aconcágua — apreciar sua impressionante vista já é suficiente. Há diversas outras atrações na região, que tem atraído cada vez mais brasileiros. A cidade de Mendoza tem excelente infraestrutura turística, e em seu entorno há nada mais nada menos que três dos principais vales produtores de vinhos tintos do mundo: o Valle de Uco, o Valle de Cuyo e o Valle de Maipú, que concentram mais de mais de 150 bodegas abertas à visitação.
A maioria delas possui também um restaurante, e alguns com altíssima gastronomia, como o Abrasado, da vinícola Los Toneles, especializado em carnes maturadas, que conquistou o primeiro lugar no prêmio Best of Wine Tourism 2022. O Piedra Infinita, instalado na Bodega Zuccardi, eleita três vezes como a melhor vinícola do mundo no World’s Best Vineyards. Além de vinhos e gastronomia, há trekking, passeios de bike, hospedagem em glamping, e uma das melhores estações de esqui do continente, em Las Leñas.
Até dia 30 de abril ainda há tempo para visitar o parque chegando aos pés do gigante. Depois disso, as opções são aguardar a abertura da nova temporada, em novembro; ou fazer um tour de alta montanha pela Rota Nacional 7, que liga Mendoza à fonteira com o Chile. O tour permite observar não apenas o Aconcágua mas também os vulcões Tupungato e Tupungatito, o Lago Potrerillos, a Montanha das Sete Cores a Puente del Inca, entre outros cartões postais.
Dicas:
Como chegar: Mendoza tem vôos diretos a partir de São Paulo e de Buenos Aires. Da cidade saem diversos tipos de tours pelo Parque Provincial do Aconcágua, pelos vales vinícolas, pelas atrações de montanha e rumo a Las Leñas.
Onde ficar: Em Mendoza há redes de luxo, como Hyatt e Sheraton, e hotéis como San Martín, Villagio e NH Mendoza Cordillera, mas também pousadas, bed & breakfast e hostels como JAC, Windmill e Hostel de Los Artistas. Nos vales vinícolas há opções de todos os tipos, de resorts e spas como o The Vines até campings — e glampings, como na vinícola Alpasión e Domos Uspallata.
Onde comer: A cidade de Mendoza tem excelentes restaurantes, e os viajantes costumam procurar aqueles ligados às vinícolas, como Bodega Lagarde, Casa El Enemigo, Bodega Susana Balbo, Bodega Riccitelli, Lamadrid entre otras. Mas existe praticamente um em cada bodegas, o que facilita muito a vida de quem faz os passeios pelos vales em busca do Malbec prefeito.