O Airbnb está mudando sua estrutura de taxas para anfitriões, em um esforço de estimular mais adesões de hotéis à sua plataforma, num momento em que tenta concorrer com empresas como Expedia e Booking.com.
Financial Times
A plataforma de hospedagem, que foi lançada em 2008 como uma forma de os detentores de cômodos ou residências vagos poderem alugá-los a hóspedes, lançará uma nova estrutura de taxas para empresas de hospedagem profissional que se registrarem no Airbnb a partir de 4 de junho. O novo sistema eliminará o repasse de qualquer taxa aos hóspedes.
Em vez de sua configuração tradicional, pela qual os anfitriões pagam uma taxa de 3% e os hóspedes até 20% da tarifa de pernoite, os hotéis e empresas de hospedagem independentes vão pagar uma taxa “exclusiva do anfitrião” de 14% a 20% sem qualquer despesa para o hóspede.
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Provedora
A mudança ocorre num momento em que o Airbnb se posiciona como uma provedora de viagens de ponta a ponta, com a venda de serviços como voos e aluguel de automóveis por meio de terceiros fornecedores, bem como experiências, em antecipação à sua muito falada oferta pública inicial. Em sua rodada de captação de recursos mais recente, em 2017, o Airbnb foi avaliado em US$ 31 bilhões.
Em março, a empresa disse ter formalizado a compra do site de reservas de hotéis HotelTonight por um valor não revelado. Um mês depois, investiu US$ 100 milhões na startup indiana Oyo, de crescimento acelerado.
Dispor de uma estrutura de taxas dupla é visto por muitos como uma tentativa de concorrer com a Booking.com e com outras provedoras de viagens on-line, que não cobram tarifas dos consumidores.
Concorrência de peso
As operadoras de hotéis, por sua vez, buscam cada vez mais diversificar suas carteiras. O Marriott irrompeu no mercado do Airbnb em abril, ao lançar seu serviço de aluguel de residências. A Accor também se inseriu nessa área com sua aquisição, em 2016, da Onefinestay, o site de aluguel de residências de luxo sediado no Reino Unido, num negócio que movimentou cerca de 148 milhões de euros (US$ 166,30 milhões).
Vicki Stern, uma analista de lazer do Barclays, disse que o Airbnb até agora não teve êxito em garantir o grau de presença no mercado hoteleiro temido pelo setor. “Paralelamente, há também o risco mais elevado para os hotéis com o Airbnb agora mostrando estoques de vagas de hotel lado a lado com aluguéis de residências, em vista do diferencial de preços, muitas vezes significativo”, disse Stern.
O Airbnb preferiu não comentar o assunto.