Argentina incentiva que brasileiros paguem em reais

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Por Marcos J. T. Oliveira, repórter freelancer do DT

A Casa Argentina, em São Paulo, recebeu no dia 20 de outubro o evento “Argentina em Reai$” com a proposta principal de mostrar ao público brasileiro que para sair do País não precisa ser somente em dólares, mas em reais mesmo. 52 expositores participaram da iniciativa – organizada pelo Inprotur (Instituto Nacional de Promoção Turística) e Aerolíneas Argentinas -, sendo 35 da Argentina e 16 brasileiras. Aproximadamente 400 participantes passaram pelo espaço.

O evento foi prestigiado pelo ministro de Turismo da Argentina, Enrique Meyer, Daniel Aguillera, secretário Nacional de Turismo, e Oscar Ghezzi, presidente da Câmara Argentina de Turismo. O grande palestrante da noite foi Roberto Canessa, um dos sobreviventes do acidente com o avião Fairchild Hiller 227, da Força Aérea Uruguaia, que caiu nos Andes, em 1972.

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Na oportunidade, foram divulgadas informações e novidades dos segmentos Aventura, Corporativo, LGBT e Premium, assim como dos eventos Dakar, Moto GP, Jogos Interativos e Gastronomia. Além do workshop e das capacitações sobre destinos argentinos, os agentes de viagens convidados puderam saborear produtos típicos como empanada, alfajor e triples e arriscar a sorte em uma roleta. Na lista de operadoras brasileiras integrantes do pool estavam: Ambiental, Agaxtur, Ancoradouro, CVC, Flot Viagens, Flytour Viagens, Intercontinental, Interpoint, Maktour, MMTGapnet, Monark, New Age, Soft Travel, Tam Viagens, Viagens Master e Visual Turismo.

“Esqueçam o dólar e o câmbio. É possível comprar a viagem em reais e também utilizar essa moeda na Argentina”, disse Jaime Ríos, coordenador do Mercado Brasil do Inprotur. “Achamos que com a flutuação do dólar, os agentes poderiam ficar confusos, por isso lançamos esta ação promocional”, afirmou. Um dos pacotes mais competitivos oferece duas noites em Buenos Aires com hotel e aéreo incluso por dez parcelas de R$ 107”, completou Ríos.

O Brasil é nosso principal mercado emissor de turistas e, certamente, continuará sendo. O movimento vem se mantendo e os voos da Aerolíneas Argentinas, neste mês de outubro, está com 80% de ocupação”, disse Enrique Meyer. Segundo o ministro de Turismo da Argentina, foi realizada uma pesquisa na qual foi apontada uma queda de 11% em volume neste segundo semestre. Mas, segundo ele, a ação irá aniquilar qualquer número negativo na balança. “Nós pretendemos encerrar o ano com 1,6 milhão de brasileiros”, agregou. Ainda em 2015, o Inprotur participará de feiras em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

Manuel Soares, executivo de contas do Llao Llao Resort para o Brasil
Manuel Soares, executivo de contas do Llao Llao Resort para o Brasil

Presente em muitas feiras por todo o País, outra empresa argentina presente no evento foi o resort Llao Llao, resort instalado na Patagônia. “Visualizamos oportunidades em participar de eventos como o Argentina em Reais. Além dele sempre estamos nas feiras dos segmentos de luxo, além de outras organizadas pela bandeira Virtuoso, do qual nosso resort é membro”, diz ao DIÁRIO, Manuel Soares, executivo de contas para o Brasil do Llao Llao. O brasileiro é o terceiro mercado emissor para o empreendimento, atrás apenas dos próprios argentinos e chilenos.

Este é um ano particular. Com a alta volatilidade do dólar tanto aqui quanto na Argentina, realmente é complicado pensar em viajar ao exterior. Por isso, pensar neste formato de evento foi muito oportuno. Nós, de Villa La Angostura, percebemos que seria uma excelente oportunidade, pois o visitante brasileiro pagará em reais toda a viagem à Argentina, sem precisar se preocupar com a variação cambial quando retornar”, disse ao DIÁRIO Pablo Augusto Bruni, subsecretário de turismo de Villa La Angostura.

Com pacotes já estabelecidos, as agências brasileiras não têm inconvenientes. Já fecham todos os serviços com os receptivos na Argentina e a cotização acontece na moeda brasileira, uma facilidade!”, completa Bruni.Villa La Angostura está distante apenas 80km do Aeroporto Internacional de Bariloche, possui apenas 11 mil habitantes e recebe turistas o ano inteiro. A capacidade hoteleira do município é de 8 mil leitos e o destino vive 100% do turismo. O Brasil tem sete cidades que oferecem conexão direta com a Argentina através de voos diretos da Aerolineas Argentinas (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Brasília), sem contar as companhias aéreas brasileiras e estrangeiras.

Julian Barboner e Gilda Guthux, da El Pasage Spanish
Julian Barboner e Gilda Guthux, da El Pasage Spanish

Um dos produtos mais vendidos na Argentina para estrangeiros é o turismo idiomático ou de intercâmbio. “Nossa escola oferece diversos tipos de programas para estrangeiros que chegam na Argentina para aprender o espanhol. Temos pacotes que variam de R$ 1625 por semana até R$9594 por mês incluindo hospedagem e material didático”, contextualiza Gilda Guthux, diretora comercial da agência EL Pasaje Spanish, de Buenos Aires, que está de olho no mercado brasileiro. A empresa oferece cursos com duração de 20 horas, programas culturais, passeios, atividades extras e aulas de tênis de mesa, por exemplo.

O uruguaio de nascimento, Roberto Canessa – sobrevivente do acidente com o avião Fairchild Hiller 227, da Força Aérea Uruguaia, que caiu nos Andes, em 1972 – foi quem finalizou os trabalhos na Casa Argentina. O então integrante de um clube de rúgbi, que tinha 19 anos na época, é hoje um dos maiores especialistas em cardiologia infantil do Uruguai. Canessa falou sobre sua experiência de ter passado mais de dois meses sobrevivendo nas montanhas cobertas de neve. Relembrou os momentos dramáticos vividos nos Andes, como avalanches e a morte dos amigos.

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