As crônicas foram selecionadas pelo historiador Alexandre Mesquita após a leitura de todo o acervo disponível sobre João Saldanha entre 1960 e 1990
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
Cronista esportivo, técnico de futebol, comentarista, polêmico e muito mais. Essas são algumas das características de João Alves Jobim Saldanha, o João Saldanha que no próximo dia 3 de julho completará 103 anos de vida. Em sua homenagem foi lançado o livro As 100 melhores crônicas – comentadas – de João Saldanha (LivrosdeFutebol), organizado pelo editor Cesar Oliveira, com comentários seus, em parceria com o historiador Alexandre Mesquita (responsável também pela seleção das crônicas) e com o empresário e professor Marcelo Guimarães, ex-diretor de marketing do Botafogo.
As crônicas foram selecionadas pelo historiador Alexandre Mesquita após a leitura de todo o acervo disponível sobre João Saldanha entre 1960 e 1990, do jornal Última Hora, passando pelo O Globo, Placar, até o Jornal do Brasil. De fora apenas o período de 1966 até 1970, reunidas por Raul Milliet Filho no livro Vida que segue (Nova Fronteira, 2006).
As 248 páginas de As 100 melhores crônicas – comentadas – de João Saldanha estão divididas em quatro capítulos com temas centrais: Futebol, Seleção Brasileira, Botafogo e a Zona do Agrião – termo criado pelo jornalista em referência à grande área dos gramados –, que trata de assuntos gerais. Dois prefácios enriquecem a obra: de Juca Kfouri e do craque Tostão. Um posfácio, do professor e ensaísta Ivan Cavalcanti Proença, analisa a maneira especial com que João escrevia.
O editor Cesar Oliveira conta que não houve preocupação com o ineditismo em livro das obras reunidas, pois o conceito era trazer aos leitores o que melhor expressasse o pensamento que Saldanha comumente externava, como a necessidade de respeito aos jogadores de futebol e a organização de um calendário, permitindo o profissionalismo do esporte. Pela primeira vez, João tem suas crônicas situadas na linha do tempo, para melhor compreensão do contexto de produção das crônicas.
João sem Medo
Para Cesar, João Saldanha estava muito à frente do seu tempo. Tanto que, em 1962, escreveu Futebol e samba, onde apontava que faltava para a festa popular um grande palco, seu equivalente ao Maracanã. Só em 1984, foi fundado o Sambódromo da Marquês de Sapucaí. “Quem foi seu contemporâneo, não esquece, mas as gerações seguintes pouco ouviram falar do João Sem Medo. O livro é especialmente dedicado aos mais jovens, que nunca tiveram a oportunidade de ler Saldanha. Este livro, mais do que uma homenagem, é necessário para a memória do futebol e uma lembrança da possibilidade de fazer jornalismos esportivo de qualidade, sendo torcedor, sem perder a clareza de avaliação e a precisão com as palavras”, explica Oliveira.
Apoiadores
Trem do Corcovado, BKR – Lopes Machado Auditores, Clécio Régis Cenografia, Associação Brasileira de Imprensa, ACERJ — Associação de Cronistas Esportivos do RJ, Approach Comunicação, Museu da Pelada, WTT – Transportes e Turismo