Hora de Rever e Reforçar os Planos de Segurança para a Rio 2016.
O número de vítimas ainda não foi totalmente contabilizado, porém a carnificina que Paris foi alvo já configura-se como uma dos mais impactantes e cruéis da história mundial.
Foram sete ataques terroristas simultaneamente coordenados em pontos distintos da metrópole, tendo como o mais trágico, a invasão da casa de espetáculo Bataclan, que sediava um show de heavy metal, da banda californiana, Eagles of Death Metal e que acabou sendo o palco de uma barbaridade sem precedentes.
Veja também as mais lidas do DT
Isso sem falar nas ocorrências nas proximidades do estádio nacional, onde um jogo de futebol, entre França e Alemanha, ocorria e contava inclusive com a presença do presidente francês, François Hollande. A intenção planejada nesse local não foi concretizada, justamente pela excelente organização do país com foco na segurança, que possibilitou a evacuação da área de forma ordenada, sem gerar pânico descontrolado e maiores tumultos, o que motivaria uma tragédia ainda maior.
A França fica atrás somente dos Estados Unidos como focos prioritários para os ataques terroristas, sobretudo em função de sua trajetória histórica junto ao mundo mulçumano e ao estado islâmico.
E dessa vez, não foram lobos solitários os responsáveis por tal tragédia, há toda uma inteligência de seus mentores por meio de uma logística articulada, que acabou proporcionando um resgate as práticas do início da intervenção contra o terror.
O pós 11/09 está de volta e não podemos nos esquecer que em 2016, o Brasil sediará um dos mais importantes eventos do mundo e que tem, infelizmente, em seu histórico, a atratividade como cenários para ações terroristas em função de toda a sua notoriedade e repercussão em grande escala, sem fronteiras e barreiras, já que a competição reúne delegações de mais de 200 países.
Cientes de tal cenário desde agosto de 2011, o país criou a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos
É… estamos falando da 31º edição dos Jogos Olímpicos da Modernidade, na cidade do Rio de Janeiro.
Sabemos que a segurança no país é algo completamente vulnerável e que não nos deixa de forma alguma tranquilos, pelo contrário…
Cientes de tal cenário desde agosto de 2011, o país criou a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, que é responsável por coordenar as ações de segurança relativas aos grandes eventos sediados no Brasil.
A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE) tem como missão promover a integração de todas as polícias, além da Força Nacional de Segurança Pública, além de polícias estrangeiras, como a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Essa integração envolve também outros órgãos federais, estaduais e municipais (Anvisa, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, concessionárias de energia, gás, luz).
Porém diante do alerta emanado pelos ataques a Paris é preciso reforçar e ampliar ainda mais o escopo da inteligência preventiva para que o evento do próximo ano entre para a história de forma positiva e não negativa. Hora mais que tardia da legislação brasileira tomar uma posição contra o terror. O Brasil é uma das poucas potências mundiais que não avança com clareza e pulso nesse tema. Nosso congresso discute, discute e nada de concreto se firma.
É hora de refletir, de se consternar, de orar… e acima de tudo arregaçar ainda mais as mangas e rever processos, investir maciçamente em treinamentos mais ostensivos e não subestimar os riscos que sofremos ao ser sede dos jogos olímpicos, já há muitos bônus, mas também há ônus e o mais agravante destes está diretamente relacionado ao terrorismo, não o do nosso dia-a-dia, mas essas novas facetas do terrorismo internacional… que voltam com força bruta e massacrante a gerar perplexidade mundial.
* Andréa Nakane é diretora da Mestres da Hospitalidade e professora da Universidade Metodista de São Paulo.