por Eduardo Mielke*
Muito comum, o MIMIMI dos Secretários de Turismo. O “estou sem dinheiro para fazer algo”. Esqueléticos orçamentos, tem sido o oportuno motivo para alegar do porquê do turismo não avançar na Cidade. E como isso fosse desculpa. Eles reúnem até o COMTUR para dizer isso. Sério mesmo?
É até bem fácil justificar. Para que você entenda a realidade, vamos fazer um exercício numérico. Supondo por exemplo, que o orçamento anual da Prefeitura aprovado seja de R$ 100 milhões. Em média, as SECTURs no Brasil dispõem de 0,6%. Logo, terá R$ 600 mil para investir em marketing ou eventos. Teria, pois deste valor, 50% é comprometido com pagamento de salários e aluguéis. Sobraram R$ 300 mil disponíveis. Pero no mucho, pois 50% deste, o Prefeito pode remanejar a hora e para onde quiser.
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Em outras palavras, para fazer uma gestão realística o secretário tem mesmo R$ 150 mil. Mas calma, que ainda não é bem assim. 80% = R$ 120mil deste montante, em média, é carimbado para bancar o Carnaval, antes mesmo do secretário assumir. E finalmente, poderá usar R$ 30 mil para divulgar, … . Poderia, pois ainda tem as festas de Aniversário da Cidade, Festa Agropecuária e o Réveillon, que o turismo sempre ajuda.
Como se pode ver, não é fácil trabalhar com turismo neste país, não é mesmo? Acontece que desde sempre, esta é a realidade no Brasil (com raras exceções). Portanto, quando o cidadão aceita ser secretario de turismo é impossível ele me dizer que ele não sabia disso. Se lamenta, é porque ele começou a perceber que custa caro manter o status de executivo local. Ou pior, realiza que ele não sabe o que está fazendo. E é claro sem dinheiro, justifica, explica e só.
Esse MIMIMI irá se perpetuar até o dia em que o modus operanti político do turismo perceber que nesta atividade, não se faz nada sozinho e nem através de um secretaria.
Esse MIMIMI irá se perpetuar até o dia em que o modus operanti político do turismo perceber que nesta atividade, não se faz nada sozinho e nem através de um secretaria. Neste contexto, os secretários devem realizar que tem um papel fundamental de articulação política e tático–operacional para fazer as coisas acontecerem de fato. Isso se aplica tanto dentro no município, com o 3o setor, com o trade e, essencialmente, com outras secretarias municipais e legislativo. Assim como na esfera estadual e principalmente na federal. Aliás, é onde o recurso grande está, visto que cada dia mais as UF estarão quebradas com o atual pacto Federativo que de federativo, nada têm.
Turismo é percebido pela sociedade e pelo mercado, através de ações práticas e conjuntas que de algum modo promovam o bem estar da população. E que o seu crescimento só é possível com ações que são resultante de algum processo de cooperação entre os membros da Cadeia de Valor – Terceiro Setor, Poder Público e Iniciativa Privada. A atuação e o trabalho nesta linha não depende de recurso algum. Muito pelo contrário. Está 100% atrelado a clareza, nitidez e lucidez acerca desta função e atitude como Política de Turismo. O realizar disso é o que faz hoje a diferença entre um executivo municipal de nível, ou aquele MIMIMI. Pense nisso.
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Abr.
Eduardo Mielke, Dr.